Ciência e Fé
Como surgiram as raças humanas?
PERGUNTA
Nome:
PAULA
Enviada em:
08/08/2004
Local:
PE,
Religião:
Católica
Idade:
20 anos
Escolaridade:
Superior concluído
Profissão:
QUÍMICA
COMO SURGIRAM AS RAÇAS HUMANAS ?
RESPOSTA
Prezada Paula Patricia, salve Maria,
Apesar da sua pergunta dar margem a uma profunda e longa resposta, que demandaria um longo estudo de história etnológica – área que não domino – permita-me responder sucintamente, de modo tão abrupto quanto sua consulta, sobre a origem de uma raça humana de um modo geral. Este seria um assunto mais útil e oportuno.
Em primeiro lugar, é necessário fazer alguns esclarecimentos quanto ao conceito de raça. Dentro de uma espécie, podemos encontrar grupos de indivíduos, podendo ou não coincidir com populações, que apresentam características comuns entre si. Tais características são herdadas, muitas vezes, em conjunto e produzem uma coleção de caracteres fenotípicos que permitem classificar os indivíduos que a apresentam em uma subdivisão da categoria – ou táxon – espécie. Ou então, são características genéticas que se mantêm numa população isolada por endocruzamentos ou casamentos entre parentes.
Essas subdivisões de uma espécie são chamadas de raças ou subespécies.
Contudo, faz-se útil deixar claro que uma subespécie é apenas uma variedade acidental de uma mesma espécie. Mais importante ainda é ressaltar que entre esses grupos que compartilham um conjunto de caracteres há um matiz fenotípico, ou seja, uma gradação que reflete uma mistura entre os indivíduos. Essa mistura – quando não é uma hibridização entre espécies diferentes – mostra que a diferença entre os grupos é tão pequena que eles são reprodutivamente compatíveis entre si. Consideramos, nesses casos, o conceito biológico de espécie, quando ele for aplicável, pois é um conceito imperfeito.
Outro ponto a ser considerado é a existência das mutações, que são alterações no material genético do indivíduo. As mutações podem surgir de muitas maneiras, mas, normalmente, são deletérias, senão letais.
Entretanto, numa freqüência muito baixa, pode haver uma mutação viável, que passa a ser transmitida por um indivíduo para sua prole. Para que sejam viáveis, as alterações num organismo têm que ser tão sutis que não interfiram na sua sobrevivência diante das pressões ambientais.
Alguém poderia nos acusar de estarmos defendendo a Evolução. Porém, o sofisma do Darwinismo está em considerar este processo que descrevi acima como o mesmo processo que leva ao aparecimento de uma espécie. Contudo, as probabilidades de mutações viáveis e alterações nos seres vivos até atingirem a biodiversidade existente são tão ínfimas que seriam desprezíveis mesmo num sistema caótico.
Mas, uma mutação que leve a uma maior produção de pigmentos na pele, ou a um ligeiro aumento do tamanho médio do nariz, não é nada impossível, nem significa evolução alguma. E é esse tipo de mudança que deu origem às diversas raças humanas, do mesmo modo que as subespécies de qualquer outro ser vivo.
Embora o táxon (espécie) seja uma unidade real na natureza, no que estão de acordo muitos biólogos, a categoria inferior “subespécie” é meramente arbitrária e não justifica, jamais, qualquer tipo de racismo ou agrupamento discreto de indivíduos. Quando alguém fala de raça judaica, negra, semita, caucasiana ou mongol, se refere a um grupo de indivíduos acidentalmente semelhantes entre si, com uma origem comum, que se mantém assim por muitas gerações. Mas de modo algum se deve descartar a sua miscigenação, ou considera-la como um processo de especiação.
As sagradas escrituras se referem às origens de muitas etnias, como, por exemplo, a dos negros. O nome Cam, de um dos filhos de Noé, significa negro, e o livro do Gênesis relata que ele seguiu seu exílio nas terras da atual África.
Também Ismael, filho de Abraão, foi expulso juntamente com a escrava Agar, para o deserto, e deu origem a um povo de nômades e caçadores, os “agarenos” ou “ismaelitas”, atualmente conhecidos por árabes. E, do mesmo Abraão, veio Isaac, que é o patriarca do povo judeu.
Como disse anteriormente, classificar por raças ou mesmo por etnias é um meio perigoso de separação de indivíduos, pois, quando aplicado à espécie humana, pode levar, como levou algumas vezes na história, a uma busca pela supremacia de uma raça em relação a outra. Tal busca é fruto da ignorância humana, das idéias Darwinistas ou, numa esfera religiosa, de ilusões gnósticas de uma evolução espiritual.
No Coração de Maria Santíssima,
Fábio Vanini.