Defesa da Fé
Encontro Nacional de Presbíteros - Não há mais Padres Católicos
PERGUNTA
Caro Professor Orlando,
Amigos da Monfort,
Salve Maria!
Estive acompanhando o encontro Nacional de Presbíteros, realizado recentemente. Gostaria que o Sr. pudesse comentar a carta final. A tal carta, ou declaração, como gostam de chamar, foi elaborada naquele encontro e enviada a todos os demais Padres do Brasil. Da minha parte, li a carta com espanto e dor. Espanto por ver como a carta demonstra claramente, como os Padres estão infestados pela heresia da Teologia da Libertação. Observe-se, que os ícones destes Padres são outros religiosos de conhecida tendência modernista e herética. Destaque -se ainda, os termos utilizados, chegando mesmo a falar em estruturas ultrapassadas etc.
Caro professor, também não há como não sentir dor. Dor ao saber que infelizmente é verdadeira aquela assertiva: "Não há mais Padres Católicos". Ou pelo menos, estão muito raros. E o mais triste, imaginar que destes Padres podem vir os futuros Bispos.
Que será de nós, quando aqueles que nos dirigem estão mais preocupados com o jeito CEBs de ser igreja, do que salvar as almas?
"CARTA DO 12° ENCONTRO NACIONAL DE PRESBÍTEROS
Estimado Irmão Presbítero!
Nós, 430 presbíteros delegados vindos das Dioceses do Brasil, reunidos de 13 a 19 de fevereiro de 2008, em Itaici - Indaiatuba (SP), no 12° Encontro Nacional de Presbíteros nos dirigimos fraternalmente a você. Refletimos, à luz da Conferência de Aparecida, o tema: “Presbíteros, Discípulos e Missionários de Jesus Cristo na América Latina”, e o lema: “chamou-os para estar com Ele e enviá-los em missão” (cf. Mc 3,13-14). O encontro foi um momento oportuno de partilha de experiências e sonhos que acalentam nossa vida e ministério presbiteral. Além dos delegados, tivemos a presença de representantes: dos alunos do Pontifício Colégio Pio Brasileiro, dos seminaristas, dos diáconos, do Instituto Mariama, da Associação Nacional de Presbíteros do Brasil, da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil, da Associação Rumos - padres casados, da Comissão Nacional dos Diáconos, da Conferência Nacional dos Institutos Seculares, bem como de assessores, de bispos referenciais, do presidente da CMOVC, Dom Esmeraldo Farias Barreto, de Dom Dimas Lara Barbosa, secretário geral da CNBB e do cardeal Dom Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação para o Clero, que ajudaram no aprofundamento da reflexão. Menção especial merece o querido Dom Moacyr Grechi que orientou o dia de retiro.
Vivemos numa sociedade capitalista e globalizada que se expressa em vários contextos complexos, dinâmicos, envolventes e que ocasionam uma grande angústia, pois nossos irmãos e irmãs, em número muito elevado, não têm acesso à cidadania e aos bens essenciais para a vida com dignidade. Com relação à ecologia, sentimos uma grande indignação com o processo de destruição da natureza. A nossa Igreja, não raro, aparece com estruturas “pesadas” e com dificuldade para ser fiel à dinâmica de Jesus e ao projeto do Reino de Deus e a sua justiça (cf. Mt 6,33).
Reportamo-nos à Conferência de Aparecida, que confirmou o caminho traçado no Concílio Vaticano II e nas Conferências de Medellín e Puebla, nos interpelando para sermos discípulos missionários. Neste sentido, reconhecemos a necessidade de uma conversão pessoal e pastoral que nos possibilite ser:
Presbíteros-discípulos abertos para acolher o chamado do Deus Trindade e compassivos aos clamores dos irmãos e irmãs, que solicitam posturas semelhantes às do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). A renovação da Igreja exige que sejamos autênticos discípulos de Jesus Cristo, porque só um presbítero apaixonado por Jesus poderá renovar uma paróquia e toda a sua ação pastoral (cf. DA 201).
Presbíteros-profetas que, em comunhão, assumamos continuamente os valores fundamentais da vida, do projeto de Deus e da dignidade humana e denunciemos tudo o que destrói a imagem de Deus nos irmãos e irmãs mais pobres. Neste sentido, surge o grande desafio de “trabalhar para que nossa Igreja Latino-americana e Caribenha continue sendo, com maior afinco, companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio” (DA 396).
Presbíteros-missionários movidos pelo Mestre Jesus na perspectiva do Reino de Deus para que possamos cuidar do povo, procurando os afastados e construindo relações fraternas. Isto implica que a Igreja saia de uma pastoral de manutenção com estruturas pesadas e ultrapassadas e passe para uma pastoral renovada, missionária, ministerial, servidora do povo, acolhedora e misericordiosa (cf. DA 365).
O poeta nos ensina: “caminheiro não há caminho, o caminho se faz...” Em nossa vida presbiteral, encontramos muitos testemunhos de evangelizadores, profetas, mártires, missionários como Pe. Alberto Antoniazzi, Pe. Cícero, Pe. Ibiapina, Pe. Josimo Moraes Tavares, D. Helder Câmera, Dom Ivo Lorscheiter, Dom Aloísio Lorscheider, Dom Luciano Mendes de Almeida, Ir. Dorothy Stang..., que nos enchem de esperança. E, em cada Diocese, encontramos grandes referenciais igualmente significativos. Celebramos, ainda, os 80 anos do poeta-profeta-pastor Dom Pedro Casaldáliga e expressamos a solidariedade aos perseguidos na pessoa do Pe. Júlio Lancelotti e do Dom Luis Flávio Cappio.
Nossa formação de presbíteros, inicial e permanente, mereceu atenção no encontro. Há uma necessidade de definir melhor o perfil e o rosto de nossa Igreja para qualificar a identidade presbiteral. Há preocupação de formar padres para os grandes centros urbanos, favelas, grupos de espiritualidades diferentes... Com mesma intensidade sentimos o apelo que vem dos leigos, que esperam formação, estímulo e participação nas decisões e serviços da Igreja.
A Pastoral Presbiteral foi fortalecida no encontro e tem um grande desafio de continuar promovendo a sintonia e a fraternidade entre os padres. Devemos nos encontrar mais, partilhar a vida, reconhecer os diferentes carismas, sermos mais irmãos, amigos e solidários. E para que esse trabalho seja desenvolvido foi eleita a nova coordenação da Comissão Nacional dos Presbíteros, assim constituída: Pe. Francisco dos Santos, presidente; Pe. Lázaro Silva Muniz, vice-presidente e Pe. Mário Spaki, secretário. É fundamental que em cada Diocese a Pastoral Presbiteral também esteja organizada.
O 12º ENP foi muito importante, um momento privilegiado da busca de nossa identidade e desejo de melhor compreender a nossa missão no mundo de hoje. Defendemos a vida como um dom de amor que não tem fim, por isso, acreditamos que somos capazes de transformar as relações entre as pessoas e as relações do ser humano com a natureza e transformar a sociedade excludente. Essa luta é constitutiva da missão.
Animados pelas grandes intuições de Aparecida, nos sentimos chamados a ser cada vez mais presbíteros discípulos missionários. Por isso, conclamamos todos os irmãos presbíteros deste país, para que com coragem, ânimo e ousadia vivamos nosso ministério presbiteral, assumindo a opção pelos pobres, a caminhada das mulheres nas comunidades e o jeito CEBs de ser Igreja. Agradecemos a todos que estiveram unidos a nós, nestes dias com suas orações. Renovamos a esperança de que Maria, Estrela da evangelização, continue sendo a modelo de discípula missionária a nos incentivar e encorajar nosso ser e ministério presbiteral.
Caro irmão presbítero, receba nosso abraço fraterno!
Presbíteros participantes do 12º ENP"
No mais, quero agradecer a V. Sa. e a todos da Monfort, pela manutenção deste manginifico site, no qual, o fiel católico pode encontrar um oásis para beber da água da sã doutrina.
Que a Santíssima Virgem e o Seu Esposo São José, Patrono da Santa Igreja, possam nos valer!
Cordialmente,
Manoel Luiz Ferreira
RESPOSTA
Muito prezado Manoel,
Salve Maria!
Concordo com você inteiramente e considero trágico o que esses padres comunistas fizeram. Escrevi um Manifesto contra eles.
Hoje, a regional sul da CNBB publicou o texto desses padres, comprovando a cumplicidade da CNBB com esses padres rebelados contra as diretivas do Papa. Porque o que está acontecendo, de fato, é uma revolta internacionalmente organizada contra Bento XVI. Por isso, lancei um manifesto de apoio ao Papa.
Esses Padres e Bispos da Teologia da Libertação estão em cisma quase oficial. E ainda me exigem que eu esteja em comunhão com eles.
Não há comunhão com quem se revolta contra o Papa.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
Leia mais: Manifesto de apoio e fidelidade ao Papa Bento XVI