Defesa da Fé

Ordem DeMolay e maçonaria
PERGUNTA
Nome:
Tiago Piotto da Silva
Enviada em:
16/05/2005
Local:
SP, Brasil
Religião:
Católica
Idade:
15 anos

Primeiramente gostaria de parabenizar o site, por sua eficiência!

Tenhu um grande amigo que é demolay e ele diz que demolay não tem nada haver com religião. Eu peço para que me dê instruções de como alertá-lo em relação aos demolays, e quem sabe ele entenda e deixe a Ordem Demolay.
Gostaria de saber se os demolays podem comungar? E por que os Sacerdotes não podem alertar aos fiéis, aos jovens, sobre os Demolays e a Maçonaria? Por que alguns maçons comungam?

Espero resposta.
Obrigado desde já!!!
RESPOSTA

“Toda árvore boa, dá bons frutos; toda arvore má, dá maus frutos” (Mt. VII, 17)
 
“Temos a confiança de que Deus se dignará de enviar um socorro oportuno e misericordioso ao gênero humano exposto a tamanho perigo [a maçonaria] (Encíclica Humanum Genus, Papa Leão XIII).
 
Caro Tiago, Salve Maria.
 
Em sua pergunta, você nos questiona como ajudar um amigo que está envolvido em uma sociedade secreta como é a Demolay. Pois bem, primeiramente você deve esclarecer os pontos em que a doutrina maçônica contradiz a doutrina católica.
 
Há vários argumentos contra a Ordem Demolay que veremos a seguir.
 
Como afirmar que não há algo de religioso na Ordem Demolay, se até hoje milhões de jovens se ajoelharam e se ajoelham perante os “altares” desta Ordem? E se o próprio fundador e idealizador desta ordem a definiu assim:
 
“DeMolay é conforme uma religião que é difícil de definir” (Frank S. Land).
 
***
Podemos começar enumerando os pontos fundamentais da Maçonaria, embutidas na Ordem Demolay, que são contrárias à fé católica. Tão contrárias a ponto do Papa Leão XIII escrever uma encíclica que diz:
 
"(...) Em presença desses fatos, simplíssimo era que esta Sé Apostólica denunciasse, publicamente a seita dos maçons como uma associação criminosa, não menos perniciosa aos interesses do cristianismo do que aos da sociedade civil. Decretou, pois, contra ela as penas mais graves com que a Igreja costuma fulminar os culpados, e proibiu filiar-se a ela." (Encíclica Humanum Genus, Papa Leão XIII).
 
Os pontos fundamentais, por vezes chamados também de “Os Princípios Sagrados” da Ordem Demolay são, segundo a própria ordem:
 
1. Ter menos de 21 e pelo menos 12 anos de idade completos;
2. Professar sua crença em Deus e reverenciar Seu Santo Nome;
3. Afirmar lealdade a seu País e respeito à Bandeira Nacional;
4. Aderir à prática de moral pessoal;
5. Fazer votos de seguir os elevados ideais típicos das Sete Virtudes Cardeais da Coroa da Juventude;
6. Aprovar a filosofia da Irmandade Universal e a nobreza de caráter e exemplificada pela vida e morte de Jacques DeMolay;
7. Estar ciente que o ingresso na Ordem DeMolay não lhes garantirá no futuro a iniciação em um Corpo Maçônico.
 
(Fonte: http://www.sociedadefraterna.org/Mas largamente publicado por diversos sites de Capítulos Demolay na internet)
 
A maioria das crianças e jovens que ingressam na Ordem Demolay, são atraídos, muitas vezes, por seus mistérios. Desde muito cedo, enganam-se com os “bons” princípios que a ordem aparenta ter e, conseqüentemente, adquirem uma mentalidade maçônica. E se estão realmente com alguma boa intenção ao entrar na ordem, esses garotos são obrigados a deixar a sua vontade de lado, ao participar do ritual de iniciação onde não raramente são obrigados a executar prontamente as ordens recebidas de seus “irmãos” mais velhos sem questioná-las. Esta anulação da vontade das pessoas é péssima, pois não é a vontade dos outros que deve reger nossa inteligência, e sim a nossa reta razão, sempre com o foco nos ensinamentos de Nosso Senhor.
 
Outro ponto importante a se esclarecer é o malefício das entidades secretas e fechadas, como a Ordem Demolay. Nessas entidades há uma hierarquia de ensinamentos que são transmitidos secretamente ao logo dos anos aos integrantes. Essa regra imposta por estas seitas é totalmente divergente da prática de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sempre pregou publicamente seus ensinamentos.
 
Há inúmeros documentos da Igreja condenando as sociedades secretas. Recomendo-lhe que leia atentamente a encíclica Humanum Genus, de Leão XIII, sobre a Maçonaria. Esse documento lhe trará bons argumentos contra a seita. A seguir transcrevo mais um trecho, agora da Declaração sobre a maçonaria escrita pelo Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI:
 
“Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão. [Declaração sobre a Maçonaria, Cardeal Joseph Ratzinger, os negritos são meus, http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19831126_declaration-masonic_po.html].
 
É importante também salientar que a Ordem Demolay prega a liberdade religiosa. Ou seja, o integrante deve crer em Deus, e, ao mesmo tempo, não fazer distinção de credos. A Liberdade Religiosa sempre foi condenada pela doutrina católica pois pretende nivelar todas as religiões - as falsas e a verdadeira. A Igreja Católica - a única esposa de Cristo não pode ser equiparada às falsas religiões. Da liberdade religiosa que leva ao indiferentismo religioso, disse Gregório XVI:
 
"Outra causa que tem acarretado muitos dos males que afligem a Igreja é o indiferentismo, ou seja, aquela perversa teoria espalhada por toda a parte, graças aos enganos dos ímpios e que ensina poder-se conseguir a vida eterna em qualquer religião, contanto que se amolde à norma do reto e honesto. Podeis com facilidade, patentear à vossa grei esse erro tão execrável, dizendo o Apóstolo que há um só Deus, uma só fé e um só batismo (Ef. 4,5): entendam, portanto os que pensam poder-se ir de todas as partes ao Porto da Salvação que, segundo a sentença do Salvador, eles estão contra Cristo, já que não estão com Cristo (Luc. 11,23) e os que não colhem com Cristo dispersam miseravelmente, pelo que perecerão infalivelmente os que não tiverem a fé católica e não a guardarem íntegra e sem mancha (Simb. Sancti Athanasii).(...) Desta fonte lodosa do indiferentismo promana aquela sentença absurda e errônea, digo melhor disparate, que afirma e que defende a liberdade de consciência. Esse erro corrupto que abre alas, escudado na imoderada liberdade de opiniões que, para confusão das coisas sagradas e civis, se estende por toda parte, chegando a imprudência de alguém asseverar que dela resulta grande proveito para a causa da religião. Que morte pior há para a alma do que a liberdade do erro?, dizia Santo Agostinho (Ep. 166)" (Encíclica Mirari Vos, Papa Gregório XVI, apud. Fora da igreja não há salvação).
 
E mais, a Ordem Demolay diz que não se ensina nenhum credo em seus capítulos, e o que vale é a opinião “sagrada” de cada um a respeito de Deus. Ora, além de instigar uma soberba em seus adeptos, isso fortalece uma mentalidade subjetivista em seus membros que aos poucos passarão a odiar o Deus verdadeiro por causa de suas regras, leis e dogmas infalíveis. É a vitória do “eu acho” sobre a verdade.
 
Ao contrário do que a Ordem Demolay ensina, um católico deve saber que as virtudes cardeais são quatro e não sete: fortaleza, prudência, temperança e justiça. E as virtudes que se opõem aos vícios capitais não são virtudes cardeais. Veja a esse respeito o comentário ao Pai Nosso de Hugo de São Vítor.
 
Sete são as virtudes, englobando as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Como são virtudes teologais, e, portanto sobrenaturais, nos são dadas por Deus com a graça santificante.
 
Porque na maçonaria não se fala em virtudes teologais, só em virtudes puramente filantrópicas, humanas? A Maçonaria segue o que podemos dizer de “religião do homem” ou do culto ao homem. Portanto ela omite as virtudes teologais, que nos submetem a Deus. O que a maçonaria quer é servir ao homem, e não a Deus.
 
A Filosofia da Irmandade Universal é defendida por grupos gnósticos, como os teosofistas seguidores de Madame Blavatsky, que até são satanistas – para mostrar o “amor” que eles têm pelas coisas sagradas – e que acreditam que todas as pessoas possuem dentro de si uma partícula divina e estariam, por assim dizer, ligados todos entre si numa Irmandade Universal. Por esse motivo a maçonaria prega o culto ao homem, pois acredita que ele seja “o deus” – pelo fato de todos terem esta partícula divina.
 
Vê-se claramente que esta teoria gnóstica, que os demolays devem aprovar como ponto fundamental para a iniciação na Ordem é totalmente contrária ao Catolicismo. Você pode encontrar no site mais informações a respeito da gnose e sua relação com a maçonaria. Veja, por exemplo, a citação a seguir:
 
“A Gnose afirma que o Criador do Mundo é mau, e que seu inimigo, que aparece na Bíblia com o nome de serpente e Lúcifer, ele seria o deus bom. A Gnose afirma que o Deus que nos criou aprisionou uma partícula divina na matéria, e que, por isso, toda matéria seria má. Deste modo, ruim ter corpo, nascer e viver. Mau seria o casamento pois permitiria aprisionar novas partículas divinas na matéria corporal. Má seria a mulher, por ser o instrumento que usaria o Deus Criador para manter a divindade presa no universo.” (www.montfort.org.br/perguntas/movimentognostico.html).
Como você vê, um conjunto delirante de loucuras e todas aprovadas pelos Demolays e contrárias à verdadeira fé.
Como outro exemplo, posso citar as influências da filosofia de Madame Blavatsky (aprovada pela Ordem DeMolay) na história:
 
“No caso específico do nazismo, muitas de suas raízes ocultas levam diretamente a Madame Blavatsky e sua Sociedade Teosófica. Algumas sociedades secretas alemãs abraçaram idéias teosóficas, da mesma forma como adotaram algumas das doutrinas de Nietzche, notadamente suas teses eugênicas do super-homem. Aliás, a doutrina de Blavatsky defendia que existiriam seis raças básicas, das quais a Ariana faria parte, e que haveria uma futura raça, evolucionariamente superior”. (http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=pratica&artigo=neopaganismo&lang=bra)
 
***
Você ainda nos pergunta, sobre o recebimento do sacramento da Eucaristia por parte dos Demolays e Maçons. Pois bem, se um jovem entra na Ordem Demolay, e se submete às práticas da entidade, ele já inicia um processo de negação aos verdadeiros ensinamentos da doutrina católica. Para que este jovem possa comungar é necessário antes que deixe a instituição, se arrependa de a ela ter pertencido e tenha o firme propósito de a ela não retornar, confessando-se com um padre e este propósito deve vir junto com atos de reparação pelo pecado. Assim, por exemplo, alguém que rouba deve procurar restituir aquilo que roubou se quiser obter de Deus o perdão pelo pecado. A confissão não é válida se o cristão não está arrependido de seus atos e nem possui o propósito de reparar o mal cometido e nunca mais tornar a cometê-lo.
Uma confissão hipócrita é um sacrilégio, pois a pessoa que pratica esta ação está querendo enganar a Deus, que tudo sabe. E jamais uma Confissão sacrílega pode ser um meio de abrir o caminho à Comunhão. Ao contrário, é mais um pecado mortal, do qual deve haver o total arrependimento para a contrição dos pecados.
 
O mesmo ocorre no caso das pessoas ligadas à maçonaria ou demolay. Se uma pessoa está realmente arrependida da sua participação nestas ordens, o arrependimento só pode vir com sincero desejo de desfazer esta união. Assim, antes de confessar, o pecador maçom deve primeiro arrepender-se do seu estado, separar-se de sua “irmandade”, e, somente após a confissão, comungar.
 
É claro que os padres de hoje deveriam alertar a imensa juventude que vive sem rumo e acaba caindo nas enganações e armadilhas especialmente preparadas para ela. Porém, muitos padres nem sequer tocam neste assunto justamente por estarem mal preparados para combater as heresias de nossa época atual.
 
Espero tê-lo ajudado, e desejo que seu amigo volte a seguir somente os ensinamentos da Igreja Católica, a única verdadeira religião, e que ele se afaste e deixe a Ordem Demolay que só acaba por corromper as almas dos jovens.
 
 
Heitor Specian