Defesa da Fé

O Purgatório é invenção?
PERGUNTA
Nome:
Antonio Carlos
Enviada em:
06/09/2000
Local:
Maringá - PR, Brasil
Religião:
Católica



P/ Orlando Fideli Pr Airton Evangelista da Costa

Os argumentos aqui apresentados me parecem muito "convicentes" apesar de encontrar alguns erros, então venho atraves desta pedir ajuda para compreender melhor.(confesso que fiquei confuso)

O artigo aqui apresentado foi copiado de um site apologético protestante como o Senhor pode ver. 


O purgatório e o sangue de Cristo

Nenhuma doutrina ou tradição pode subsistir sem o respaldo da inerrante Palavra de Deus. O discurso do Purgatório parece haver perdido nos últimos tempos seu colorido, sua preferência no púlpito romano. Todavia, esse esdrúxulo ensino está vigente, como veremos a seguir na palavra oficial do Vaticano:
* "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura (1 Coríntios 3.15), a tradição da Igreja fala de um fogo purificador. No que concerne a certas faltas leves, deve se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mateus 12.32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro. Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu] mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Macabeus 12.46). Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos: Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1.5), por que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles" (Catecismo da Igreja Católica, pg. 290).

O presente estudo objetiva dirimir dúvidas dos recém- convertidos ao Senhor Jesus, os quais, provindos da Igreja de Roma, ficam, certamente, a meditar na conveniência ou não de orar ou oferecer qualquer tipo de sacrifício em favor de seus familiares falecidos. Sem o propósito de fazer proselitismo, serve também à reflexão dos romanos, principalmente dos que, por falta de recursos financeiros ou por esquecimento, não providenciaram a celebração de praxe, com vistas a socorrer as almas sofredoras.

ANÁLISE DO DOGMA
* Lemos acima os argumentos apresentados pelo catolicismo em defesa do dogma do Purgatório. A Igreja de Roma admite que, "embora tenham garantida sua salvação eterna" passam por uma purificação aqueles que "não estão completamente purificados". A essência desse dogma está definida nessas palavras: a salvação está garantida, mas os crentes em Jesus, responsáveis por "faltas leves", precisam sofrer algum tipo de ajuste. Noutras palavras, estão salvos do fogo eterno, mas não salvos do fogo do purgatório. O Dicionário Aurélio assim define o Purgatório: "Lugar de purificação das almas dos justos antes de admitidas na bem-aventurança". A Igreja de Roma cita três textos bíblicos na exposição do seu dogma: 1 Coríntios 3.15; Mateus 12.32, e 2 Macabeus 12.46. Analisemos:

* 1 Coríntios 3.15:"Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo". Nem no texto, nem no contexto, tal passagem sugere a existência do purgatório. Se a obra de algum obreiro não passar conveniente pela justa avaliação de Deus, tal obra será considerada queimada, insuficiente, indigna. Em razão disso, o obreiro negligente, sofrerá perdas (vergonha, perda de galardão, perda de glória e de honra diante de Deus) por ocasião do tribunal de Cristo (Romanos 14.10; 1 João 4.17; Hebreus 10.30b). Vejam: "A obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta" (1 Coríntios 3.13). A expressão "todavia como pelo fogo" pode ser entendida como escapando por um triz, escapando com perdas e danos, tal como se escapa de uma casa pegando fogo. Note-se: "como pelo fogo", ou seja: de forma semelhante a quem escapa do fogo. O ministério vai abaixo porque não suportou o fogo da Palavra; a obra se perde, não prospera, "mas o tal será salvo". Nada que indique que iremos para o fogo.

* Mateus 12.32: "E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro"(ARC). Na tradução Revista Atualizado (RA) diz "... nem neste mundo nem no porvir". Na Bíblia Linguagem de Hoje: "... nem agora nem no futuro". A Igreja de Roma vê aqui a possibilidade de pecados serem perdoados após a morte, e se vale de 2 Macabeus 12.46, que sugere expiação pelos mortos. O versículo nos diz que rejeitar de forma contínua e deliberada a salvação que Cristo nos oferece, pelo testemunho do Espírito Santo, resulta numa situação irreparável. O versículo enfatiza que blasfêmia contra o Espírito Santo nunca será perdoada, em nenhuma época. Marcos 3.28 esclarece melhor: "Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem. Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo". Nada indica sobre a possibilidade de, no Purgatório, as almas serem perdoadas. Ademais, o texto fala que TODOS OS PECADOS serão perdoados (qualquer tipo de pecado), não havendo chance de os arrependidos levarem consigo "faltas leves" para serem queimadas.

* 2 Macabeu 12.46: "É logo um santo e saudável pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados"((Bíblia, edição católico-romana, tradução do padre Antônio Pereira de Figueiredo, 1964). Macabeu e mais seis livros e quatro acréscimos apócrifos (não genuíno, espúrio) foram aprovados em 18 de abril de 1546 pela Igreja Romana, depois de acirrados debates, "para combater o movimento da reforma Protestante", pois esses livros sem valor doutrinário davam sustentação à idéia do Purgatório, da oração pelos mortos e da salvação mediante obras. Macabeu, como os demais apócrifos, nunca foi citado por Jesus, nem por qualquer livro canônico. Como diz Antonio Gilberto, "a aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão dos católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos". Noutras palavras, o livro de Macabeu não é considerado de inspiração divina, não servindo, portanto, para o conhecimento da verdade e crescimento espiritual. Ademais, os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, período em que cessou a revelação de Deus.

* O dogma do Purgatório não explica com nitidez qual o objetivo das rezas em favor das almas em estado de purificação. Ora, se houvesse Deus estabelecido um período para purificação dos que cometeram "faltas "leves" (o que podemos entender por "faltas leves? Quais?), antes de ingressarem no Céu, vale dizer que esse estágio seria pra valer e deveria ser totalmente cumprido. Se não cumprido, se não cumprida a etapa, não haveria expiação nem purificação. Se a intenção é abreviar a permanência da alma no estágio ou amenizar seu sofrimento, a atitude, embora com as melhores intenções, estaria contrariando os planos divinos e dificultando, quem sabe, a rápida recuperação das almas ali confinadas. Raciocínio idêntico se aplica à situação dos espíritos desencarnados que, segundo ensino kardecista, necessitam viver outras vidas e morrer outras mortes para obterem purificação. Assim, não se deveria amenizar ou suspender o sofrimento desses espíritos porque estaríamos interrompendo o processo de sua purificação.

* De outra parte, a intercessão dos vivos em favor das almas no Purgatório não objetiva abrir-lhes as portas do céu, porque, como o próprio dogma define, a salvação delas está garantida. Ora, se estão salvas, estão na paz do Senhor. Se a passagem pelo fogo é indispensável, o Purgatório não é uma maldição, mas uma bênção. O Purgatório seria a porta de entrada do céu, a sala de espera. O Purgatório seria certeza de salvação! O dogma diz isso. Então, fica a pergunta: faz alguma diferença rezar ou não rezar pelos entes queridos que padecem no Purgatório? Com reza ou sem reza não irão para o céu? Com ou sem reza, esmolas, penitências ou velas não estão salvos? Tem algum cabimento orarmos por almas que já estão com passagem comprada para o céu? Os fiéis economizariam milhões de dólares diariamente se as rezas do sétimo dia fossem suspensas.

* A Igreja Romana diz: "No que concerne a certas faltas leves, deve se crer que existe antes do juízo um fogo purificador". Perguntamos qual o juízo a que está sujeito o salvo? Os salvos comparecerão ao tribunal de Cristo (Romanos 14.10), após o arrebatamento da Sua Igreja, para avaliação/julgamento de nossas boas obras (Efésios 6.8), atos (Marcos 4.22). "Todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem havemos de prestar contas (Hebreus 4.13).

* Ainda que admitida a hipótese de que a Igreja de Roma esteja se referindo ao tribunal de Cristo (2 Coríntios 5.10), ficam mais frágeis os argumentos em defesa do Purgatório diante da seguinte situação: Cristo virá "arrebatar" a Igreja (1 Tessalonicenses 4.16-17); os salvos irão se encontrar com Cristo, irão diretamente para o céu; os que forem arrebatados não passarão por nenhum estágio, por nenhuma purificação, por nenhum fogo purificador. Vejam: "Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles [os mortos em Cristo] nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4.17). A Bíblia não fala da existência de qualquer estágio entre o arrebatamento e o céu. Pergunta-se: Por que esses serão arrebatados sem a obrigação de passar pelo fogo, enquanto os mortos em todos os séculos passam, necessariamente, pelo estágio da purificação, segundo a crença romanista? Dois pesos e duas medidas no plano de Deus?

O QUE DIZ A BÍBLIA SAGRADA
* "Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito" (Romanos 8.1). O apóstolo Paulo aqui nos fala da vitória sobre o pecado. O Espírito Santo que em nós habita nos liberta do poder do pecado. Quem anda em pecado não está liberto; não experimentou o novo nascimento, não se converteu; continua andando conforme o mundo. Para estes não há Purgatório que dê jeito. Para se libertar precisa conhecer a Verdade, e a Verdade é Jesus Cristo (João 8.32, 36). Para quem morre em Cristo não será condenado a estagiar no sofrimento do Purgatório.

* "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7). "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9). Se estivermos em Cristo, na fé e na obediência, não sobram pecados "leves" para nos levar ao fogo do Purgatório. O sangue de Jesus nos purifica de TODO pecado, de qualquer pecado. TODOS os pecados ser-nos-ão perdoados.

* "Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não crê no unigênito Filho de Deus" (Palavras de Jesus, João 3.18). Quem ama, crê e obedece a Jesus não será condenado ao fogo purificador.

* "Em verdade vos digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Esta foi a resposta que Jesus deu ao ladrão que se mostrou arrependido e clamou por salvação. Ora, aquele ladrão com certeza carregava o peso de muitos pecados, pecados leves e pesados. Se houvesse um estágio, como um terminal rodoviário em que os passageiros ficassem a espera de prosseguir a viagem, a resposta de Jesus talvez fosse diferente. A entrada daquele recém-convertido no céu estaria condicionada a uma temporada no Purgatório. Não foi assim porque não há condenação para os que morrem em Cristo Jesus.

* Jesus contou a história de um homem que era rico, e de outro, chamado Lázaro, que era pobre. O homem rico morreu e foi para um lugar de tormentos. Lázaro, pobre e temente a Deus, foi para o Seio de Abraão (Paraíso), e não para o Purgatório. Se naquela época existisse o dogma do Purgatório, e por Lázaro seus familiares tivessem rezado, seria o mesmo que chover no molhado. Por outro lado, Abraão não esboçou qualquer possibilidade de mudar a situação do rico. Indagado, Abraão disse que os irmãos do rico poderiam livrar-se do tormento se dessem ouvidos a Moisés e aos Profetas, ou seja, se dessem crédito à Palavra de Deus iriam para o Paraíso, viver na Paz do Senhor; iriam para o mesmo lugar onde estava Lázaro. Não se fala em Purgatório (Lucas 16.20-31).

* "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor" (Filipenses 1.23; 2 Coríntios 5.8). Paulo foi um severo e cruel perseguidor de cristãos. Ao encontrar-se com ele, Jesus perguntou: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" E adiante: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9.1-8). Esse homem teria razões de sobra para imaginar que, antes de estar com Cristo, passaria por um fogo purificador, e bota fogo nisso. O apóstolo Paulo nem desconfiava que cinco séculos mais tarde a Igreja Romana iniciaria o ensino do dogma do Purgatório!

* "Sou o que apago as tuas transgressões e de teus pecados não mais me lembro" (Isaías 43.25). "Ainda que vossos pecados sejam vermelhos como o carmesim se tornarão brancos com a lã" (Isaías 1.18). Se Deus mandasse alguém para o fogo purificador estaria se lembrando dos pecados que foram perdoados. Deus estaria indo de encontro à sua Palavra Ora, se Ele perdoa os pecados mais pesados ("vermelhos como carmesim"), não perdoaria os mais leves? Deus passa uma esponja no quadro negro de nossos pecados, quando buscamos a Sua face com sincero arrependimento. Deus apaga as nossas transgressões. Apagar significa extinguir. Não há como, portanto, carregarmos faltas leves após morrermos em Cristo Jesus. O perdão de Deus não é condicional.

* "Perdoa-nos as nossas dívidas" (Mateus 6.12). A oração do Pai Nosso foi ensinada por Jesus. Deus perdoaria, mas ficaríamos devendo? Não oramos a um Deus surdo, mudo e paralítico. Oramos a Deus Todo-poderoso, que ouve, vê, sente, ama, cura, perdoa e salva. E vejam o que Ele afirmou: "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e PERDOAREI OS SEUS PECADOS, e sararei a sua terra"(2 Crônicas 7.14).

* "Pois pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é Dom de Deus" (Efésios 2.8) "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 6.23). Dar-se-ia o caso de Deus prometer vida eterna como um dom gratuito, mas depois exigir alguma espécie de pagamento? Se temos a fé em Cristo, temos a graça e a salvação. Junto viria o Purgatório? Ora, o sacrifício de Jesus foi exatamente para levar consigo nossas dores, pecados e sofrimentos. A Sua morte expiatória nos proporcionou vida eterna. Jesus nos prometeu "vida com abundância" (João 10.10), isto é, vida plena de paz; vida com certeza da salvação; uma vida que anseia encontrar-se com Ele. Uma vida cheia de incertezas, de lembranças do fogo purificador; uma vida que sabe da existência de um sofrimento no além, não é uma vida abundante.

* "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (João 8.36). Estaríamos livres apenas dos pecados maiores, mas não totalmente livres das faltas leves? E por essas leves faltas iríamos para o fogo do Purgatório? Verdadeiramente livres da escravidão do pecado, porém não livres das labaredas purificadoras? É evidente que os salvos não sofrerão as penas do Purgatório. Jesus sofreu esse "Purgatório" por nós; carregou sobre si as nossas dores, sofreu nossos sofrimentos, "para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16). O diabo adoraria ver um filho de Deus no fogo brando do Purgatório!

* "Mas este [Jesus], havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus" (Hebreus 10.12). O sacrifício de Jesus foi único e suficiente para nos conceder graça, perdão, justificação e salvação. Nada mais precisamos fazer. O pecado foi vencido no Calvário, e "em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos 8.37).

É importante registrar que à página 351 do seu Catecismo a Igreja de Roma declara que "pelo Batismo todos os pecados são perdoados: o pecado original e todos os pecados pessoais, bem como todas as penas do pecado. Com efeito, naqueles que foram regenerados não resta nada que os impeça de entrar no Reino de Deus: nem o pecado de Adão, nem o pecado pessoal, nem as seqüelas do pecado, das quais a mais grave é a separação de Deus". E adiante declara: "O Batismo não somente purifica todos os pecados, mas também faz do neófito uma criatura nova..." Com relação às criancinhas fica difícil imaginar que já carreguem pecados pessoais. Mas o que desejamos dizer é que, na doutrina do batismo, a Igreja de Roma concorda que Deus perdoa TODOS os pecados, e as penas resultantes. Já na doutrina do Purgatório os pecados não são totalmente perdoados. Uma incongruência!

Deus não criou o Purgatório, quem o inventou? Eis a resposta: "A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento" (Igreja de Roma, Catecismo, pg. 290). Então, o lugar chamado Purgatório foi invenção de homens. "SEMPRE SEJA DEUS VERDADEIRO, E TODO HOMEM MENTIROSO" (Romanos 3.4). Ainda bem que Jesus derramou seu sangue por nós, e o Seu sangue nos lava e purifica de todo pecado.

Pr Airton Evangelista da Costa, Assembléia de Deus

RESPOSTA

Prezado Antonio Carlos, salve Maria.

     Em vez de ir consultar esses protestantes, seria bem melhor que você estudasse o catecismo do Concílio de Trento, que condenou o protestantismo e explicou todos esses problemas.
     O texto que você me pede para analisar é o de um protestante fanático e cheio de ilogicidades.
     Já na primeira frase diz ele que "Nenhuma doutrina ou tradição pode subsistir sem o respaldo da inerrante Palavra de Deus" 
     Que quer ele dizer com isso? Que só vale o que está na Bíblia? 
     Ora, na própria Bíblia está escrito que "Muitas outras coisas há que fez Jesus, as quais, se se escrevessem, uma por uma, creio que nem no mundo todo poderiam caber os livros que seria preciso escrever" (Jo. XXI, 25). 
     Portanto, nem tudo o que Jesus fez está na Bíblia.
     E São Paulo escreveu: 

"Permanecei, pois, constantes, irmãos, e conservai as tradições que aprendestes ou por nossas palavras ou por nossa carta" (II Tess. II, 15). 

     Portanto, São Paulo afirma que nem tudo o que ensinou está na Sagrada Escritura, pois manda que os cristãos guardem as tradições que lhes transmitiu por palavras, além do que ensinou por cartas.
     Se você procurar em nosso site, encontrará outras respostas a protestates a quem tenho explicado tudo isso que, agora, lhe escrevo de novo. Consulte nosso site e leia as cartas refutando as loucuras protestantes.
     Quanto ao purgatório, a posição do auto denominado pastor que você cita se fundamenta no erro luterano de que todos os pecados são iguais, que não há pecados graves e pecados leves.
     Pergunta ele: "o que podemos entender por "faltas leves? " 
     E depois, quase no final de sua mensagem, diz ele: 

"Em verdade vos digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lucas 23.43). Esta foi a resposta que Jesus deu ao ladrão que se mostrou arrependido e clamou por salvação. Ora, aquele ladrão com certeza carregava o peso de muitos pecados, pecados leves e pesados." (O negrito é meu. A contradição é dele).

     Mas então, admite ele que há pecados pesados e outros leves?
     Que existem pecados maiores e menores, está na Bíblia. Por exemplo, "O que me entregou a ti tem maior pecado ", disse Cristo a Pilatos. (Jo XIX, 11)
     Então, como esse tal de Airton afirma que crê só no que está na Biblia e nega que haja pecados de diferente gravidade, quando a própria Bíblia ensina que há pecados maiores e menores?
     Você vê, meu caro Carlos Alberto, como agem esses protestantes . Eles manipulam a Bíblia para enganar os católicos, citando alguns textos e ocultando outros.
     E, provado que há pecados maiores e menores, tudo o que ele diz cai por terra.
     Cristo ensinou ainda que há desigualdade nos pecados quando disse aos fariseus que eles reparavam num cisco no olho do próximo e não viam a trave no próprio olho. (Cfr. Mt. VII, 3). Logo, há pecados que são como um cisco e outros que são como uma trave. E Cristo condenou os fariseus que "coavam um mosquito e engoliam um camelo" (Mt XXIII. 24).
     Mentiu, pois o pseudo presbítero ao dizer que não há pecados leves e graves.
     Não fazer a distinção entre pecados leves e graves leva a considerar Deus ou excessivamente duro, porque condena por uma pequena falta, ou excessivamente mole, porque nada puniria.
     O autor que você cita se estende em considerações tentando provar que nã existe o purgatório. 
     Em primeiro lugar, ele diz que o livro dos Macabeus não é válido, não seria inspirado. E a prova que ele dá para isso é que "Macabeu, como os demais apócrifos, nunca foi citado por Jesus, nem por qualquer livro canônico."      
     Jesus não citou todos os livros da Bíblia; entretanto, eles continuam válidos. E quem decide quais são os livros inspirados e que devem fazer parte da Sagrada Escritura? Os homens? Não. Quem decide isso é a Igreja, e ela definiu quais os livros que pertencem ao canon revelado. Lutero e os protestantes negaram o valor dos Macabeus exatamente por isso. Mas o livro dos Macabeus fazia parte da chamada Bíblia dos Setenta que Cristo normalmente citava.
     É o protestante quem decide:

"Noutras palavras, o livro de Macabeu não é considerado de inspiração divina, não servindo, portanto, para o conhecimento da verdade e crescimento espiritual. Ademais, os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento, período em que cessou a revelação de Deus".

     Cessou? Quem decidiu isso? O protestante que se auto intitula "presbítero da Assembléia de Deus"?
     Ao tentar rebater o texto de São Mateus que afirma Mateus 12.32: "E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro", diz o pseudo "presbítero":  Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo". Nada indica sobre a possibilidade de, no Purgatório, as almas serem perdoadas. Ademais, o texto fala que TODOS OS PECADOS serão perdoados (qualquer tipo de pecado), não havendo chance de os arrependidos levarem consigo "faltas leves" para serem queimadas."
     
     Ora, o texto afirma que os pecados contra o Espírito Santo nunca têm perdão, nem aqui, nem no outro mundo, enquanto que outros serão perdoados no mundo futuro.
     Pecado perdoado não significa que ficará impune. Os pecados que nos são perdoados acarretam punições. Deus nos perdoa a pena eterna, o inferno, mas isso não significa que teremos perdoadas as penas temporais que os pecados nos acarretam. Davi, mesmo depois de perdoado, foi punido por Deus. 

"Também o Senhor transferiu o teu pecado: não morrerás. Todavia, como tu pelo que fizeste deste lugar a que os inimigos do Senhor blasfemem, morrerá certamenteo filho que te nasceu" (II Samuel, XII, 13-14).
     
     E os judeus que viram no deserto os milagres feitos por Deus, e nem assim agiram bem, Deus os perdoou pela súplica e intercessão de Moisés, mas determinou, mesmo depois de te-los perdoado, que sofreriam uma punição: nenhum deles entraria na terra santa (Cfr. Deuter. XXXIV 1-5).
     E ao próprio Moisés, que era santíssimo, Deus puniu, não permitindo que ele mesmo chegasse à terra prometida porque duvidou, um instante, do poder de Deus (Cfr. Num. XXVII, 12-15; Dut, XXXII, 51).
     Portanto, mesmo o pecado que nos é perdoado continua a exigir uma compensação. Permanece uma dívida que pagamos ou nesta vida com penitências e sofrimentos, ou na outra , no purgatório.
     O pseudo prebítero assegura que "O Purgatório seria a porta de entrada do céu, a sala de espera. O Purgatório seria certeza de salvação! O dogma diz isso. Então, fica a pergunta: faz alguma diferença rezar ou não rezar pelos entes queridos que padecem no Purgatório? Com reza ou sem reza não irão para o céu? Com ou sem reza, esmolas, penitências ou velas não estão salvos? Tem algum cabimento orarmos por almas que já estão com passagem comprada para o céu? Os fiéis economizariam milhões de dólares diariamente se as rezas do sétimo dia fossem suspensas."
     É verdade, sim. As almas do purgatório já tem a salvação garantida. Não são as nossa orações por elas que as salvam. Nossa orações por elas apenas abreviam suas penas no purgatório, já que por si, elas já não podem ter méritos.
     O que o autor nega é que as almas possam merecer umas pelas outras, tal como Cristo mereceu por nós.
     E depois de negar o dogma da Comunhão dos santos, o tal "presbítero" Airton vem fazer uma lição de economia capitalista, lamentando o dinheiro gasto com velas e rezas.
     E comentando o texto de São Paulo: "Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (I Cor III, 15), diz ele:

"A expressão "todavia como pelo fogo" pode ser entendida como escapando por um triz, escapando com perdas e danos, tal como se escapa de uma casa pegando fogo." 
     
     Realmente, é uma jóia de interpretação!
     Mas creio que ele não escapará do fogo, como por um triz, embora eu deseje que, pelo menos em sua última hora, ele escape do fogo eterno. Ainda que por um triz.
     Citando São Paulo aos Tessalonicenses, diz o tal de Airton: 

"Cristo virá "arrebatar" a Igreja (1 Tessalonicenses 4.16-17); os salvos irão se encontrar com Cristo, irão diretamente para o céu; os que forem arrebatados não passarão por nenhum estágio, por nenhuma purificação, por nenhum fogo purificador. Vejam: "Depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles [os mortos em Cristo] nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4.17). A Bíblia não fala da existência de qualquer estágio entre o arrebatamento e o céu. Pergunta-se: Por que esses serão arrebatados sem a obrigação de passar pelo fogo, enquanto os mortos em todos os séculos passam, necessariamente, pelo estágio da purificação, segundo a crença romanista? Dois pesos e duas medidas no plano de Deus?"

     Só que ele esquece de dizer que aí São Paulo está falando do fim do mundo, e não do que acontece imediatamente após a morte, quando as almas são julgadas particularmente por Deus, e mandadas ou para o céu, ou para o inferno -- se morrerram em pecado grave -- ou para o purgatório, se morreram apenas com faltas leves ou sem terem feito penitência, na terra, de sues pecados.
     No final do mundo, quando houver o juízo final, não haverá mais purgatório, e as almas irão, após o juízo final, ou para o céu ou para o inferno.
     E, ao explicar o que ensina a Bíblia -- segundo Airton -- o pseudo presbítero diz: 

"Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito" (Romanos 8.1).

     Claro. Quem não peca, não pode ser eternamente condenado. 
E depois diz Airton:

"Quem anda em pecado não está liberto; não experimentou o novo nascimento, não se converteu; continua andando conforme o mundo. Para estes não há Purgatório que dê jeito."
     
     E como explica ele que Deus ensinou no Antigo Testamento: "O Justo peca sete vezes ao dia" (Prov XXIV 16)?
Mas, me diria Airton que ele não aceita o livro dos Provérbios. Então ele teria que explicar por que Cristo quis lavar os pés dos Apóstolos antes de lhes dar a comer o seu Corpo, e afirmou a Pedro que não era necessário lavar-lhe a cabeça e o corpo, mas apenas os pés. (Cfr. Jo. XIII, 3 -12).
     Sempre negando a necessidade de fazer penitência, o herege Airton afirma:

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres" (João 8.36).

     Estaríamos livres apenas dos pecados maiores, mas não totalmente livres das faltas leves? E por essas leves faltas iríamos para o fogo do Purgatório? Verdadeiramente livres da escravidão do pecado, porém não livres das labaredas purificadoras?
     É evidente que os salvos não sofrerão as penas do Purgatório. Jesus sofreu esse "Purgatório" por nós.
Ora, se fosse como ele diz, não precisaríamos fazer nenhuma penitência. Mas Cristo, ao subir ao Calvário, disse às santas mulheres: Se isto se faz com a lenha verde, que se fará com a lenha seca? " (Luc. XXIII, 31).
     Cristo recomenda que aquelas mulheres que eram boas e santas fizessem penitência, embora elas estivessem perdoadas.
     Como protestante e herege completo, o pseudo presbítero afirma rotundamente que basta a fé "Nada mais precisamos fazer".
     Aí vai o texto dele, no qual ele rotunda e escandalosamente nega que seja necessário fazer qualquer coisa para se salvar. Para ele, basta inventar doutrinas falsas. 

"O sacrifício de Jesus foi único e suficiente para nos conceder graça, perdão, justificação e salvação. Nada mais precisamos fazer".
     
     E para o final ele escreveu uma grande verdade: 

"SEMPRE SEJA DEUS VERDADEIRO, E TODO HOMEM MENTIROSO"
(Romanos 3.4).

     Certamente o texto citado, em sua última parate, cabe bem a ele que se afirma presbítero sem nunca o ter sido.

In Corde Iesu, semper
Orlando Fedeli