Defesa da Fé
Espiritismo e salvação
PERGUNTA
Meu nome é Alexandre, e sempre que eu tenho uma dúvida sobre minha religião "católica" venho a associação montfort para esclarece-lá.
Estava conversando com uma pessoa que pratica o espiritismo Alan Kardek, então eu perguntei para essa pessoa o que ele achava da religião católica, em que se acredita em vida eterna.
Ele disse que Deus seria injusto se desse apenas uma chance para um espírito, e deu-me um exemplo de uma pessoa que vive 100 anos e outra que nasce e permanece viva apenas alguns minutos e morre,e outras ainda nem chegam a nascer, pois isso seria injustiça mesmo, o senhor não acha?
Eu ainda citei um texto que li aqui mesmo no site montfort, em que o sr. Fidelis faz a pergunta, " se todos os expiritos vem a este mundo para pagar pecados até chegar a purificação total, a humanidade certamente estaria se encaminhando para a extinção, sendo Deus infalivel, não criaria expiritos em pecado para continuar a população aqui nesse mundo ?". Então ele me respondeu que esse mundo não é para pagar pecado nenhum, tão menos uma punição para o expirito, mas sim um tipo de escola que o expirito tem que passar para aprender.Qual a sua opinião sobre esse assunto senhor Fidelis? Eu perguntei a ele porque Deus não cria expiritos perfeitos, em que não precize passar por escola nenhuma, e ele perguntou-me o que eu acharia de ganhar tudo nas mãos sem ter que fazer nenhum esforço para nada, que se eu construi-se a minha vida com minhas próprias mãos seria muito melhor, pois eu iria ter orgulho de mim mesmo e de ninguêm mais, e isso seria bom não é mesmo sr. Fidelis?.
Por hoje é só, e muito obrigado pela atenção.
Feliz Páscoa.
Alexandre
RESPOSTA
Antes de tudo, embora com grande atraso, quero retribuir-lhe os votos de feliz e santa Páscoa. E como Deus não está sujeito ao tempo, Ele viu, na sua onisciência, que eu iria desejar-lhe esta santa Páscoa e, certamente, me atendeu antes de eu o ter implorado, no tempo presente.
Exatamente porque Deus não está sujeito ao tempo, e como Ele quer a salvação e não a perdição das almas, Ele dá, a cada instante, a todas as almas, as graças de que elas têm necessidade para se salvarem. Bilhões de graças, em bilhões de instantes.
E ainda que um homem vivesse um só instante, Deus daria a ele, nesse único instante, o que ele necessitaria para salvar-se. Deus, então, não precisa nos dar várias vidas, para que nos aperfeiçoemos ou paguemos pecados de vidas anteriores, tanto faz. Tanto faz, porque, purgando-se ou progredindo em várias vidas, as almas todas alcançariam inelutavelmente a salvação.
O que o espiritismo faz, ao afirmar a doutrina condenada da reencarnação, é negar o juízo de Deus após a morte e negar a existência e a possibilidade de ir ao inferno. Ora, Cristo nos disse:
"Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?" (Luc. IX, 25).
Logo, há almas que se perdem. Logo, não há reencarnação.
Também na parábola das Virgens sábias e das Virgens loucas, Cristo não diz que, às loucas, foi dada uma nova oportunidade, mas que o esposo não as recebeu, e elas ficaram fora da morada, nas trevas. Sem nova oportunidade de comprarem o azeite que lhes faltou, numa outra vida. Foram julgadas e condenadas por sua imprudência.
Também Jesus Cristo, na parábola do rico epulão e do pobre Lázaro, ensina que, quando eles morreram, foram imediatamente julgados por Deus, indo um para o seio de Abraão, e o outro para o inferno. Portanto, não há reencarnação.
E está escrito:
"Está decretado que o homem morra uma só vez" (Heb, IX, 27).
Portanto, não existe reencarnação. A doutrina da Reencarnação incentiva à imoralidade, porque cria a ilusão de que, no futuro, em outras vidas, será possível emendar-nos e salvar-nos. A doutrina de Cristo nos diz que temos uma só vida, no fim da qual prestaremos contas a Deus por todos os nossos atos.
A reencarnação, nas suas várias modalidades -- uma delas é a metempsicose -- é doutrina típica da Gnose, que supõe uma purgação ou um aperfeiçoamento dos espíritos divinos, aprisionados na carne.
Aliás, a doutrina da reencarnação do espiritismo moderno foi elaborada por Hypolite Léon Rivail, membro de uma loja maçônica de linha gnóstica. A Igreja sempre condenou a doutrina da reencarnação, como contrária à Sagrada Escritura, como sempre condenou a invocação dos espíritos, a necromancia.
No Deuteronômio está escrito:
"Quando entrares na terra que o senhor teu Deus te há de dar, guarda-te de imitar as abominações daquelas gentes. Não se ache entre vós quem (...) indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas essas coisas" (Deut. XVIII, 9 e 11-12)
Esperando ter elucidado a sua dúvida subscrevo-me, sinceramente.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli