Defesa da Fé
Igreja Católica Ortodoxa
PERGUNTA
Caríssimo amigo Orlando Fedeli,
+Pax Primeiramente quero das o parabéns por esse site, ainda não tive a oportunidade de escruta-lo todo, mas o pouco que vi já é louvável, pois muitos são cegos pela ignorância e precisam se orientados e principalmente os católicos, que muitas vezes por falta do saber , são enganadas pelos "falsos pastores", (digo falso pastores, pois eles se denominam como pastores) e sendo levados pelos apelos de algumas seitas.
E venho humildemente pedir que ilumine minha ignorância, gostaria de saber o porque do cisma da Igreja Católica Ortodoxa com a nossa Igreja Católica Romana.
Tenho estudado, na medida que as informações aparecem sobre seus ritos e o seus dogmas de fé.
E te faço uma pergunta: Se há possibilidades de um dia ser Una novamente com a Igreja Católica Romana?
Gostaria de saber também se eu por algum motivo ir a uma Missa em alguma igreja ortodoxa, posso comungar, sendo católica romana?
Não posso de deixar dizer que me atrai, são as Missas, com todas a honra, são celebradas na Igreja Oriental. Gostaria que nesse sentido, o Vaticano exigisse mais de nosso sacerdotes (me corrija se nesse ponto, se eu estiver errada), é claro não quero que voltem a rezar em latim e nem de costas para os fieis, mas quero que o sentido de sagrado seja suscitado novamente nos corações de nossos fieis, pois no meu ponto de vista isso está se perdendo nos católicos romanos.
Tenho um monte de outras questões sobre esse assunto, mas vou me encerrar por aqui, agradecendo a sua atenção e paciência comigo.
Atenciosamente,
Michela
RESPOSTA
Prezada Michela, salve Maria.
Muito obrigado por suas elogiosas palavras. Reze a Deus Nosso Senhor que nos mantenha fiéis à Santa Igreja defendendo sempre a sua doutrina.
A Igreja Oriental Cismática separou-se da Igreja Católica, no século XI, pois recusou a obediência ao Papa. O Patriarca de Constantinopla pretendia que a chefia da Igreja deveria estar com o Bispo da capital do Império, que era então Constantinopla. Essa foi a escusa para a sua rebelião.
Normalmente o Cisma leva à heresia. De fato, com o tempo, os cismáticos orientais cairam em várias heresias como a negação de que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Os cismáticos dizem que o Espírito Santo procede só do Pai. Depois, eles não aceitaram os dogmas que a Igreja veio a proclamar após a separação deles, como, por exemplo, o da infalibilidade papal, proclamada em 1870.
Quanto às Missas deles, de fato, elas são muito solenes, mas a Igreja, no passado, sempre proibiu que se comungasse nelas, embora os cismáticos realmente consagrem a hóstia. Normalmente, só se podem receber os sacramentos deles, em perigo de morte, caso não haja a possibilidade de receber os sacramentos de um padre católico.
A Santa Sé tem procurado coibir os abusos que se tem verificado em matéria de liturgia.
O Cardeal Ratzinger, em seu último livro sobre Liturgia, mostra que foi um erro fazer a Missa ser rezada com o padre voltado para o povo.
Quando o Padre fala com Deus, rogando a Ele pelo povo, é normal que o padre esteja voltado para Deus, e não para o povo. Quando o Padre fala ao povo, ou o abençoa, em nome de Deus, aí sim, o padre deve voltar-se para o povo.
Imagine você, que, num colégio, uma comissão de professores e de alunos vá falar com o Diretor, pedindo algo.
Aquele que vai falar em nome da Comissão dirige-se ao Diretor, dando as costas para os demais mebros da Comissão, porque se ele os representa, deve liderá-los, e falar em nome deles, voltado para o Diretor.
Assim também o Padre: ele fala in persona Christi, a Deus, pedindo pelo povo. Deve então estar voltado para Deus, e não para o povo.
Quanto à língua, na Missa, sempre a Igreja preconizou que se usasse o latim, e não a língua vulgar, porque o latim preservava melhor a doutrina (visto que sendo uma língua morta, não variava). Foram os hereges que sempre pediram que a Missa fosse na lingua do povo, porque dizem eles que quem reza a Missa é o povo. E isto é falso. Quem reza a Missa é o sacerdote. O povo apenas participa do sacrifício.
Haveria ainda muitas outras razões para justificar o uso do latim.
Escreva-nos sempre.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.