Cartas de Apoio
Agradecimentos
PERGUNTA
Nome:
Pierre de Craon
Enviada em:
13/06/2010
Local:
Paris - Franca
Religião:
Católica
Escolaridade:
Pós-graduação em andamento
Profissão:
Pesquisador
Peço anonimato para esta carta. É meu agradecimento ao professor.
Eu nasci católico. Depois me lancei ao mundo, mas como filho pródigo, quero morrer católico.
E se quero morrer combatendo pela Igreja, combatendo o bom combate, devo isso ao Professor Orlando Fedeli.
Minha inquietação começou na adolescência.
Nesse tempo, eu tinha passado do racionalismo absoluto, ateu, socialista - graças a uma freirinha que não usava hábito - para o irracionalismo gnóstico. Perdi a fé por causa de minha fraqueza, e também por causa da Teologia da Libertação. Sai da Igreja, não me considerava mais católico. Fui convidado para participar de várias coisas estranhas, de seitas protestantes à M.E.
Ingressei na Universidade. Acreditei estar salvo da ignorância, e acreditei que poderia encontrar luzes lá dentro.
Encontrei uma faculdade tecnicista, positivista, bruta.
Continuava perdido.
Busquei a verdade, e um professor de Filosofia, pai de um amigo falou das provas da existência de Deus reunidas na Suma Teológica.
Fui buscar a Suma na biblioteca da Universidade. Precisei rasgar as páginas com régua para abri-las - ninguém havia posto as mãos nos tomos.
Pensei com meus botões: Como numa renomada faculdade de Filosofia como esta ninguém tinha sequer passado os olhos num livro tão importante como esse?
Lá estavam as cinco provas.
Mas faltava fé. E a falta de Fé não permitia a compreensão das provas. (Incrível como isso funciona).
Então assisti uns seminários de um professor baixinho, tremendamente briguento e "mal educado mas divertido". E o professor falava de coisas que não eram diretamente relacionadas à Igreja, mas à verdade.
Um dos seminários terminou mais ou menos assim:
"Vocês estão na universidade, e vieram buscar a verdade, só encontram os outros professores lhes dizendo que não existe a verdade. Eu lhes digo, Ela existe, e morreu na Cruz".
O que se via eram vários alunos chorando. Poucos, muito poucos daqueles alunos voltaram a assistir os seminários.
No fim de um deles, aproximei-me do professor e perguntei:
"O senhor é de que religião?" - já adivinhava o motivo dos seminários.
"Católica, Apostólica, Romana" - respondeu o professor.
"Que pena" - respondi.
"Sou Católico com muita honra" - replicou o professor.
Continuei:
"Professor, Deus não seria como um rio. Ao nos banharmos nesse rio, encontraríamos uma verdade, e ao nos banharmos uma segunda vez, não haveria o mesmo rio, nem as mesmas águas, nem o mesmo Deus?"
"Quem lhe ensinou isso? Quem lhe ensinou isso?" - o professor aumentou bastante a voz, supondo que eu fosse algum agente maçon.
"Umberto Eco" - respondi. E o professor deu risada, prometendo tratar de "O Nome da Rosa" numa próxima aula. Nunca conheci homem tão coerente e tão sincero.
Assisti aos seminários. Assisti a missa. Eu me converti. Abracei a religião, que até hoje defendo com unhas e dentes. Episódios mal explicados, além é claro de meus próprios defeitos, fizeram com que o professor me expulsasse do convívio de seus alunos. Fui tratado duramente - e não podia recorrer a ninguém, nem ao meu pai, senão poria o professor em risco - risco que ele correu de fato, mesmo sem saber. Contei apenas com a Esperança, e Nossa Senhora me auxiliou abundantemente, mesmo eu pecador, e as coisas se assentaram depois de três dias, sem grandes alardes.
Meus amigos perguntam se não faltou caridade no tratamento que recebi.
Faltou?
Ora, pelos frutos se conhece a árvore. A boa árvore dá bons frutos, e a má árvore dá maus frutos. Não houvessem tantas conversões, não houvessem tantas galeras reunindo-se em torno da grande nave, não houvessem tantos pequenos Cyranos erguendo seus panaches e fazendo rir os santos no céu, ora, não fossem tão bons os frutos da Montfort, talvez pudesse supor que faltou caridade.
E se de fato faltou?
Mesmo os santos cometem erros.
E assim foi o professor, um homem excepcional, cheio de defeitos, mas com um enorme, um tremendo amor por seus alunos. Por esse amor, e por amor a Cristo, sua Igreja e a Nossa Senhora, ele dedicou a vida.
Eu nasci católico. Depois me lancei ao mundo, mas como filho pródigo, quero morrer católico.
E se quero morrer combatendo pela Igreja, combatendo o bom combate, devo isso ao Professor Orlando Fedeli.
Minha inquietação começou na adolescência.
Nesse tempo, eu tinha passado do racionalismo absoluto, ateu, socialista - graças a uma freirinha que não usava hábito - para o irracionalismo gnóstico. Perdi a fé por causa de minha fraqueza, e também por causa da Teologia da Libertação. Sai da Igreja, não me considerava mais católico. Fui convidado para participar de várias coisas estranhas, de seitas protestantes à M.E.
Ingressei na Universidade. Acreditei estar salvo da ignorância, e acreditei que poderia encontrar luzes lá dentro.
Encontrei uma faculdade tecnicista, positivista, bruta.
Continuava perdido.
Busquei a verdade, e um professor de Filosofia, pai de um amigo falou das provas da existência de Deus reunidas na Suma Teológica.
Fui buscar a Suma na biblioteca da Universidade. Precisei rasgar as páginas com régua para abri-las - ninguém havia posto as mãos nos tomos.
Pensei com meus botões: Como numa renomada faculdade de Filosofia como esta ninguém tinha sequer passado os olhos num livro tão importante como esse?
Lá estavam as cinco provas.
Mas faltava fé. E a falta de Fé não permitia a compreensão das provas. (Incrível como isso funciona).
Então assisti uns seminários de um professor baixinho, tremendamente briguento e "mal educado mas divertido". E o professor falava de coisas que não eram diretamente relacionadas à Igreja, mas à verdade.
Um dos seminários terminou mais ou menos assim:
"Vocês estão na universidade, e vieram buscar a verdade, só encontram os outros professores lhes dizendo que não existe a verdade. Eu lhes digo, Ela existe, e morreu na Cruz".
O que se via eram vários alunos chorando. Poucos, muito poucos daqueles alunos voltaram a assistir os seminários.
No fim de um deles, aproximei-me do professor e perguntei:
"O senhor é de que religião?" - já adivinhava o motivo dos seminários.
"Católica, Apostólica, Romana" - respondeu o professor.
"Que pena" - respondi.
"Sou Católico com muita honra" - replicou o professor.
Continuei:
"Professor, Deus não seria como um rio. Ao nos banharmos nesse rio, encontraríamos uma verdade, e ao nos banharmos uma segunda vez, não haveria o mesmo rio, nem as mesmas águas, nem o mesmo Deus?"
"Quem lhe ensinou isso? Quem lhe ensinou isso?" - o professor aumentou bastante a voz, supondo que eu fosse algum agente maçon.
"Umberto Eco" - respondi. E o professor deu risada, prometendo tratar de "O Nome da Rosa" numa próxima aula. Nunca conheci homem tão coerente e tão sincero.
Assisti aos seminários. Assisti a missa. Eu me converti. Abracei a religião, que até hoje defendo com unhas e dentes. Episódios mal explicados, além é claro de meus próprios defeitos, fizeram com que o professor me expulsasse do convívio de seus alunos. Fui tratado duramente - e não podia recorrer a ninguém, nem ao meu pai, senão poria o professor em risco - risco que ele correu de fato, mesmo sem saber. Contei apenas com a Esperança, e Nossa Senhora me auxiliou abundantemente, mesmo eu pecador, e as coisas se assentaram depois de três dias, sem grandes alardes.
Meus amigos perguntam se não faltou caridade no tratamento que recebi.
Faltou?
Ora, pelos frutos se conhece a árvore. A boa árvore dá bons frutos, e a má árvore dá maus frutos. Não houvessem tantas conversões, não houvessem tantas galeras reunindo-se em torno da grande nave, não houvessem tantos pequenos Cyranos erguendo seus panaches e fazendo rir os santos no céu, ora, não fossem tão bons os frutos da Montfort, talvez pudesse supor que faltou caridade.
E se de fato faltou?
Mesmo os santos cometem erros.
E assim foi o professor, um homem excepcional, cheio de defeitos, mas com um enorme, um tremendo amor por seus alunos. Por esse amor, e por amor a Cristo, sua Igreja e a Nossa Senhora, ele dedicou a vida.
RESPOSTA
Prezado senhor,
Salve Maria.
Infelizmente, só hoje recebi seu email, devido a um grande acúmulo de emails atrasados.
Agradeço suas palavras de gratidão. Deus lhe pague.
Salve Maria.
Ivone Fedeli