Cartas de Apoio
O exercício da empulhação
PERGUNTA
Sabe-se que talento e inteligência podem ser utilizadas tanto para o bem quanto para o mal.
Os menos intelectualizados utilizam-se de sofismas porque a ignorância e a cegueira mental não os deixam enxergar além do senso-comum e, o que é pior, das influências de terceiros.
Porém, os ardilosos da retórica apropriam-se de sofismas de maneira intencional para alcançar determinados fins - que podem ser os mais diversos - e, com isso, angariar maior número de admiradores apatetados que repetirão os argumentos de quem os transmitiu.
É o que ocorre com Olavo de Carvalho e seus olavistas apatetados.
A moral e a virtude, tão enaltecidas pelo Olavo, no entanto passam à margem de suas ações. Os seus escritos são panfletos agressivos e estapafúrdios de alguém que associa filosofia a uma briga entre cafetões. No que sobra em agressividade, falta em profundidade. Quando contestado de maneira contundente, ao seu melhor estilo, fica enfezadinho e se coloca na posição de agredido moralmente. Na tentativa de intimidar, ameaça ir para a justiça, constrói com argumentos filosóficos um discurso em que a opinião do adversário é ridicularizada e a dele, enaltecida. Os olavistas apatetados, então, enganados pelos sofismas, repetem os seus aregumentos - e a recente polêmica sobre a gnose deixa isso bem claro.
Olavo firmou-se na mídia há cinco anos como polemista, não como intelectual; ocupa postos na grande imprensa porque suas colunas rendem públicos a jornais e revistas.
Daí podemos entender a ojeriza de Olavo ao debate e à contestação. Quando sai o chicote e entra o intelecto, a famosa citação que o barbudo fez em seu livro faz-se presente: "Hic Rhodus, hic salta!
Francisco N.