Religião-Filosofia-História
No país das maravilhas: a Gnose burlesca da TFP e dos Arautos do Evangelho (Parte 1/8)
Orlando Fedeli
Índice
Aos leitores do site Montfort,
Salve Maria.
Temos a alegria de publicar, hoje, dia 31 de Maio de 2010, nosso livro denunciando a Gnose da TFP e dos Arautos do Evangelho, ensinada secretamente, durante anos, por Plínio Corrêa de Oliveira.
Fizemos questão de publicar esse livro hoje, sem ter feito a revisão final dele de modo acurado, por duas razões, cada uma delas suficiente por si mesma:
1a - Por uma razão de cronologia.Hoje, se completam 27 anos de nossa saída do grupo de Plínio Corrêa de Oliveira.27 anos são 3 vezes 9. 3 ao cubo. E simbolicamente o 3, e mais ainda o 33 são bem simbólicos. Aguardamos 27 anos até termos nas mãos os documentos necessários para comprovar a Gnose de Plínio, da TFP e dos Arautos.
Valeu a pena.
2a razão: “C’est mon “secret”...”
Pedimos a Deus que permita, por meio deste livro, que alguns surdos ouçam e que alguns cegos vejam.
Quanto aos que não quiserem ver, nem ouvir, e nem entender, que a misericórdia de Deus não os puna por quererem ser cegos ao meio dia. Que pelo menos no umbral da morte – onde nós também estamos - a Virgem Maria, refúgio dos pecadores, obtenha para todos nós, de Nosso Senhor Jesus Cristo, a luz da compreensão e o arrependimento que salva.
Pedimos perdão, então a nossos leitores por editar um texto contendo ainda erros de digitação, de gramática e de estilo. Faremos essas revisões logo mais.
A cronologia, a simbologia e a estratégia nos obrigam a isso.
Damos graças a Deus por nos permitido publicar esta obra no final de nossa vida.
Pois assim, sempre para ensinar e para converter, Ele nos possibilitou dizer, muito simbolicamente, que...
“À la fin de la vie, je touche!”
São Paulo, na festa de Nossa Senhora Raínha, 31 de Maio de 2010
In Corde Jesu, semper, semper, semper,
Orlando Fedeli.
"Tudo o que existe é uma participação nisso que não existe”
(PCO, A Inocência Primeva e a Contemplação Sacral do Universo, Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, ed. Artpress, São Paulo, 2008, p. 230).
Confissão de Plínio Corrêa de Oliveira:
“Eu tinha tendência a identificar minha pessoa com a tradição – não por minhas próprias qualidades, mas porque em mim se refletia aquela tradição que eu amava. Ora, nessa identificação, havia o convite para uma posição admirativa e lânguida a respeito de mim mesmo”.
“Era a tentação para o romantismo: a ilusão de ótica por onde a pessoa se põe no centro de tudo, põe-se como foco da tradição, põe-se como o modelo da Contra–Revolução e já não tem interesse em olhar para a História, a não ser na medida em que se sente encaixado ou relacionado ao menos pela fantasia, com a História". (Plínio Corrêa de Oliveira, artigo “O Menino e o Mar”, in Revista Doutor Plínio, Ano VI, Setembro de 2.003, N0 66, p. 20. Destaques nossos).
“Quando a vocação, o thau, se explicita na alma de uma pessoa, esta é levada a me ver como um todo. Por que me vê como um todo? Porque eu personifico a Contra Revolução”
(Plínio Corrêa de Oliveira, apud João Scognamiglio Clá Dias, em epígrafe à sua 10a conferência do Retiro V aos Arautos do Evangelho sobre a Unidade do Súdito com o Fundador, p. 1).
MANOBRA JUDIT - Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias planeja enganar a Hierarquia da Igreja, que ele chama de “estrutura”: “O Sr. João [Scognamiglio Clá Dias] lançou a idéia de que se as TFPs pudessem ter uma situação canônica reconhecida na Igreja, o lance seria muitíssimo mais eficaz. Posteriormente, quando lançássemos a grande denúncia profética, o Vaticano se daria conta de que nosso pedido de reconhecimento tinha sido apenas uma “trampa” [uma cilada] para dar o lance, mas aí já seria tarde demais".
“No mês de Fevereiro de 1996, o sr. João Clá chamou várias pessoas ao Êremo de São Bento para fazer um trabalho.
“Ele fez duas reuniões com uma semana de diferença e nelas nos apresentou a necessidade de fazer algo na linha de denunciar a 4a Revolução, pois o próprio Sr. Dr. Plínio tinha em vida manifestado esse desejo, uma vez que as coisas iam-se encaminhando para uma grande denúncia.
“Ele apresentou durante a reunião para umas 15 pessoas que seria necessário fazer isto, e durante a mesma disse-nos que o Sr. Dr. Plínio tinha lhe manifestado em vida durante um despacho que não tinha sido gravado a necessidade de arranjar um tal ou qual reconhecimento por parte da estrutura [A Igreja Católica] pois seria a única maneira a nos proteger contra futuros estrondos.
“Por isso ele dizia que concomitante com o lance se tivéssemos um status canônico, poderíamos fazer a coberto de um subsequente estrondo e que no fundo seria uma passada de perna na estrutura [na Hierarquia da Igreja], pois não poderiam nos atacar dizendo que tínhamos um status dentro da Igreja e o lance seria uma imensa denúncia da 4ª Revolução que poderia desencadear a Bagarre”
(Documento JAU de José Antonio Urreta de 13 de outubro de 1997, p. 14. Os destaques são nossos.)
Aos alunos que Deus me deu, em cinquenta e cinco anos de apostolado, meu livro, meu perdão, minha vida.
Professor
É bem conhecido pelo publico brasileiro, e mesmo internacionalmente nos círculos católicos mais atuantes no combate em defesa da Igreja Católica que, durante 30 anos, fomos membros do chamado Grupo de Catolicismo, dirigido por Dr. Plínio Corrêa de Oliveira, que editava o mensário Catolicismo sob a responsabilidade de Dom Antônio de Castro Mayer, então Bispo de Campos. Como é bem conhecido também que, ao romper com a TFP em 1983, por causa do culto delirante que lá se prestava a Dr. Plínio e à mãe dele Dona Lucília, denunciamos tal culto, e, depois, a seita Secreta A Sempre Viva, que Dr. Plínio havia fundado ocultamente “Por trás do estandarte da TFP”.
No tempo em que estávamos no grupo do Catolicismo, dávamos aulas de História em Colégios de São Paulo, e por nosso apostolado, centenas de jovens, passando a viver catolicamente, foram levados por nós ao grupo de Catolicismo. Em 1960, Dr. Plínio fundou a TFP, entidade civil, visando o combate ao comunismo que, desde a eleição de Jânio Quadros à Presidência da República, ameaçava o Brasil, e, muito mais ainda, depois da ascensão de João Goulart à suprema direção do Brasil. O curioso é que a fundação da TFP foi de início meramente cartorial, quase secreta, pois que a maioria do grupo de Catolicismo não foi informada de sua fundação. Dr. Plínio era discreto...
A partir de 1963, fomos afastados por Dr. Plínio da direção dos jovens que havíamos levado ao grupo de Catolicismo. Nunca se nos disse claramente a razão desse afastamento. Nos 20 anos seguintes, esse “exílio” que sofremos — na gíria do grupo se dizia “colocação no gelo” — não impediu que continuássemos nosso apostolado. Formamos uns sete novos grupos de jovens, que, um a um, iam sendo afastados de nosso contato, convívio e influência. Como pretendíamos servir a Deus e à Igreja aceitamos esse relegamento a um ostracismo cruel dentro do grupo de Dr. Plínio. Poucos nos cumprimentavam, e os que mantinham contato conosco eram encarregados disso por Dr. Plínio. E - soubémo-lo depois - , faziam isso para obter informações sobre o que pensávamos. [Contamos tudo isso num livro, que escrevemos em dez dias ao sair da TFP, em 1983, livro intitulado “Por trás do Estandarte” e que por falta de recursos não pudemos publicar].
Nesse ínterim, com a Revolução de 1964, a TFP cresceu.
Em 1965, Dr. Plínio organizou um simpósio interno, para o qual ainda fomos convidados, sobre os Grupos proféticos e sua atuação na História. O tema fora sugerido por um trabalho publicado na revista Approach, e serviu de trampolim para Dr. Plínio lançar-se, só internamente e muito discretamente ainda, como Profeta. Na realidade, ele já começara a organizar a sua nova seita secreta A Sempre Viva, da qual Caio Vidigal Xavier da Silveira foi o primeiro membro, fazendo voto de escravidão pessoal a Dr. Plínio, em 1961. Claro que ninguém ainda no Grupo de Catolicismo e na TFP sabia disso. [Na sexta parte deste livro, damos pormenores do histórico dessa seita secreta, A Sempre Viva]. Como se desconheciam completamente as outras seitas secretas que Dr. Plínio fundara, desde 1928, no interior de seus “grupos”.
Foi a partir de 1965 que a Sempre Viva se desenvolveu, recebendo um segundo escravo de Dr. Plínio na pessoa de Eduardo de Barros Brotero, praticando-se nela um culto ao “profeta Plínio”, que exigia, entre muitas outras coisas, que se beijasse o pé do “profeta”.
Surpresa inesperada e assustadora: logo que começou essa prática, o profético pé de Dr. Plínio apodreceu: teve uma gangrena provocada por diabetes, que obrigou a amputar parte de seu pé direito. Consternação profética!... Curado, Plínio se declarou agraciado de modo especial por Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano, que lhe teria garantido não morrer enquanto não realizasse sua missão de fundar o Reino de Maria, predito por São Luis de Montfort..
Foi por ocasião dessa operação cirúrgica de Dr. Plínio que João Scognamiglio Clá Dias teve a oportunidade de se tornar íntimo dele, pois lhe serviu de enfermeiro amador.
A partir de 1967, Plínio de "Profeta” passou a se dizer “representante” do Imaculado e Sapiencial Coração de Maria na terra, e único objeto concreto da escravidão a Nossa Senhora, visto que, sem ele, a escravidão a Nossa Senhora ficaria muito em abstrato.
Entre os jovens, que em 1956 havíamos aproximado do Grupo de Catolicismo, estava também João Scognamiglio Clá Dias, então com uns 16 anos. Entre os moços daquele grupo, ele era simplesmente mediano, isto é, medíocre, e bastante tímido. Ele cantava bem uma cântico da Missa de mortos, o “Libera me, Domine”. Para enterrar alguém, ninguém como ele... Enterrou a muitos. Libera me, Domine.
Dan é uma serpente no caminho, disse Jacó quando abençoou seus filhos. Não propriamente a Dan.
Scognamiglio não era nem dos mais inteligentes, e nem, muito menos, dos mais valentes desse grupo, formado por nós em 1956. Pelo contrário. Era bem fraco. Quando teve que servir o exército, vinha à nossa casa quase todo o dia, chorando por causa das agruras do quartel...E ele era bem pouco leal...
Entretanto, de todos os jovens daquele tempo, ele é que ia ter a “carreira” de maior sucesso junto a Dr. Plínio. E o sucesso começou, quando ele se tornou “enfermeiro” amador de Dr. Plínio em 1965, e muito mais, depois de 1975, quando Dr. Plínio sofreu um grave acidente automobilístico. Soubemos depois, que antes de sair de seu apartamento para a viagem em que sofreu esse acidente, Dr. Plínio teria comentado: “Chegou a hora de Nossa Senhora pedir contas a quem não correspondeu às suas graças”...
Foi então que João Scognamiglio se tornou enfermeiro e secretário de Dr.Plínio. A TFP mudou definitivamente. Esse período de enfermagem permitiu a Scognamiglio construir uma muito singular amizade com Dr. Plínio. Durante muito tempo, ficamos em dúvida – a ingenuidade humana parece ser infinita - se fora a bajulação de João Scognamiglio que, fascinara Dr. Plínio, ou se fora Dr. Plínio que vira nele o instrumento cômodo para realizar seus desígnios. Hoje, já não há mais dúvida: desde o princípio, Dr. Plínio planejou montar um culto para si, e João Scognamiglio foi julgado por ele como o “fiel intérprete de seus desígnios”.
Ninguém como ele compreendeu tão bem os “desígnios” de Dr. Plínio...
Ele foi realmente o “fiel intérprete dos desígnios” do “profeta”.
Foi.
E por isso Dr. Plínio o queria intocável. E declarava sem rebuços que “se algo vem do João, é bom”. E os textos do “Jour- le Jour” que possuímos indicam uma estima muito grande de Dr.Plínio por ele:
“Nesse prazer, nesse gáudio e nessa satisfação: uma lacuna. Falta o nosso J. (João). Como eu gostaria de ver os olhos redondos e andaluzes dele, rebrilhando de satisfação com isso tudo. Olhando, olhando, a cara para ver se... (exclamações)” Jour-le-Jour - Grafonema USA 22-VI-1983 - Santo do dia de junho - 4a. feira).
O enfermeiro amador captou tanto a estima do “Profeta” que se tornou inseparável dele. Scognamiglio - João Clá, como era chamado - começou a controlar tudo na TFP a ponto de se dizer que ele mantinha dentro do grupo uma KláGB,.
Para fomentar o culto a Dr. Plínio e à mãe dele, Dona Lucília, - (que Dr. Plínio no Quem somos nós reconhece que ela era liberal) - Dr. Plínio contava nas reuniões da Sempre Viva casinhos de sua vida, assim como elocubrava, nas reuniões do MNF (Manifesto), PCO gostava de siglas, teorias que justificassem o culto a ele e à mãe dele. Scognamiglio, depois, repetia os “casinhos” da vida de Dr. Plínio, e algo das doutrinas do MNF aos mais jovens da TFP. E fazia isso de modo scognamigliesco. Foi assim que o culto a Dr. Plínio cresceu, e foi entre os mais fanáticos discípulos de Scognamiglio que se escolheram os membros para uma ordem religiosa clandestina de “eremitas e camaldulenses”, que praticavam um Ordo bem estranho. Na TFP, durante muito tempo essa ordem religiosa clandestina foi desconhecida da maioria dos membros da entidade. Dr. Plínio era tão discreto... que muitos de seus grupos, reuniões, e doutrinas eram... Secretos.
Mas, como diz o Evangelho “Não há nada de oculto que não venha ser revelado” ( Luc., VIII, 17).
Toda sociedade secreta vive um dilema: para crescer, precisa convencer a outros, e, portanto deve se abrir. Mas, se ela se abre, como manter completo segredo? Daí a doutrina do véu maçônico de que fala Dante Alighieri:
“O voi ch’avette li ’ntelletti sani,
Mirate la dottrina che s’asconde
sotto ‘l velame de li versi strani”.
(Dante Divina Commedia, Inferno, IX, 63 -65)
Dunque, mirate la dottrina de li versi strani...
Com a propaganda de Scognamiglio, visando fanatizar os jovens, e pela natural imprudência dos fanatizados o “véu” naturalmente transparente da seita oculta, era facilmente rasgado por atitudes e por argumentações esdrúxulas que nos chegaram aos ouvidos. Outros, desgostosos com alguma atitude desleal de Scognamiglio, -- e as havia muitas --, “abriam o bico”... Do “véu” da sociedade secreta, escapavam doutrinas obscuras, palavras exóticas, atitudes escandalosamente idolátricas.
Em 1978, rasgou-se o véu.
Nesse ano, estourou o chamado “caso francês”. A TFP estabelecera na França uma escola secundária para jovens filhos de famílias tradicionalistas. Eles foram trazidos a São Paulo, onde passaram pelo curso de fanatização de Scognamiglio.
Voltando à França, já como devotos do Profeta e de sua mãe, a liberal Da. Lucília, eles escandalizaram seus pais rezando e propagando uma paródia da Ave Maria, composta em honra de Da. Lucília, oração que haviam aprendido no Brasil, ensinada a eles por eremitas diretamente subordinados a Scognamiglio. Esses fatos vieram a público através da denúncia de um relatório - chamado na TFP de Rapport Judas (Relatório Judas) - ao qual Dr. Plínio tentou responder com uma publicação, assinada pela TFP francesa, mas feita por ele mesmo, Dr. Plínio. Esse foi o livro Imbroglio, Détraction, Delire (Imbróglio, Detração e Delírio). Le bien nomé...
Na realidade, o autor do Imbroglio foi Dr. Plínio.
O nome fora bem escolhido, pois a obra era um grande imbróglio de chicanas e “restrições mentais”.
A leitura do Imbroglio veio nos confirmar que algo de muito grave se passava nos círculos mais “internos” da TFP, nos êremos e nas camáldulas, a que não tínhamos nenhum acesso. Aliás, os próprios membros do Conselho Nacional da TFP, só podiam entrar nos êremos, se tivessem a licença de João Scognamiglio.
Começamos, então, uma investigação colhendo dificultosamente informações esparsas, e os resultados foram de espantar. Depois que Dr. Plínio soube de algumas descobertas que fizéramos, ele mesmo nos chamou e nos ordenou que elaborássemos um relatório completo sobre o que havíamos descoberto da ação de Scognamiglio. Na verdade, ele queria saber o que tínhamos sabido, e não, como então ingenuamente julgávamos, para conhecer os abusos e erros, a fim de corrigi-los. Tendo ouvido nossas denúncias contra Scognamiglio, especialmente a de uma escandalosa e estapafúrdia ladainha a Dona Lucília, que ingenuamente julgávamos insuflada por Scognamiglio, e não por Dr. Plínio, ele ordenou medidas de contenção, mas não de correção. Só de contenção.
Constatando que o culto a Dr. Plínio e à mãe dele, que João Scognamiglio difundia no Grupo, continuava e crescia, com a tendência a substituir Nossa Senhora por Da. Lucília, culto com o qual não podíamos concordar, resolvemos lutar.A situação era bem difícil, porque Scognamiglio era muito prestigiado por Dr. Plínio. Em 1982-1983, em plena crise de nossa ruptura, quando estavam em jogo pontos de doutrina católica assim como a salvação de tantas almas e o destino de tantas vidas, quando se discutia o profetismo e o culto a Dr. Plínio e à liberal Da. Lucília, quando se discutia se a TFP era ou não uma seita, Dr. Plínio afirmou: “Eu estou disposto a qualquer compromisso, contanto que não se toque no João”. Frase estarrecedora probatória que, para Dr. Plínio, João Scognamiglio estava acima das questões doutrinárias. Acima da ortodoxia. Acima até do culto a ele mesmo e à mãe dele.
Iludidos, considerávamos que Scognamiglio era quem fanatizava os jovens da TFP, sem a permissão do pretenso Profeta. Com o tempo, foi se tornando patente que o culto delirante que se prestava a Dr. Plínio tinha por fundamento a tese tresloucada de que PCO era profeta inerrante. E essa tese absurda provinha do próprio Dr. Plínio.Naquele tempo, não conheciamos suas palestras em que ele explicava Quem somos nós, em simpósiso discretos... ( Cfr Apêndice I no final deste livro)
Para quebrar o ídolo e seu altar, era preciso provar claramente, de modo a poder convencer mesmo os mais fanáticos, que Dr. Plínio errava.
Buscamos, então, um caso doutrinário em que ele manifestamente tivesse errado.Durante mais de quarenta anos, Dr. Plínio elogiara - sem reservas - as pseudo-revelações de Ana Catarina Emmerick, freira alemã do século XIX, redigidas pelo poeta romântico Clemens Brentano. Ora, nessas revelações pululavam os erros doutrinários, pois as pseudo revelações dela eram de fundo esotérico, cabalístico e gnóstico.
Em conversações que tivemos com Dr. Plínio, provamos isso com facilidade, o que lhe tornava impossível sustentar sua inerrância. Seu culto estava abalado, pois sua inerrância fora estilhaçada.
Quando se tratou de continuar nossas conversações, para discutir o culto prestado a ele, Dr. Plínio fugiu do debate, e nossa ruptura com ele e com a TFP tornou-se um dever de consciência: não podíamos aceitar que se pusesse um homem qualquer no lugar de Cristo ou do Papa, nem uma mulher, Da. Lucília, no lugar de Nossa Senhora.
Após nossa ruptura, graças ao testemunho de um afilhado de Dr Plínio e ex membro da Sempre Viva, Luís Filipe Ablas, acabamos tendo as provas daquilo que há tempos desconfiáramos existir por trás do estandarte da TFP: uma seita secreta. Luis Felipe Ablas nos revelou a existência, os rituais estranhos, algumas teses absurdas da Sempre-Viva, a seita dos escravos de Dr. Plínio, onde ele se apresentava nada menos do que como a encarnação do Sapiencial e Imaculado Coração de Maria.
Essa foi a denúncia que publicamos então para que a Igreja, as autoridades e a opinião pública soubessem bem o que a TFP era, e é, na realidade. Para que se visse que a bandeira católica em que ela se envolvia mascarava uma mentalidade sectária, fanática e gnosticizante. O sectarismo, o fanatismo e o gnosticismo nós os denunciamos e rejeitamos.A bandeira católica, nós a recolhemos e beijamos com veneração.
Em dez dias, redigimos, então, um livro -- Por Trás do Estandarte – contando, no primeiro volume, nossa vida no grupo e na TFP, e no segundo, o que sabímos naquela época das doutrinas e do culto absurdamente paranóide que Dr.Plínio montara para si mesmo e para Dona Lucília.
Entretanto, nunca tivemos recursos para publicar o livro que escrevêramos. E hoje damos graças a Deus por esse impecilho providencial. Sim, providencial, porque agora temos publicadas pela TFP e pelos Arautos de Scognamiglio as teses e fatos mais esdrúxulos dos quais tínhamos então um conhecimento bastante incompleto. Hoje, temos as teses secretas de PCO publicadas por seus sequazes da TFP e dos Arautos do Evangelho.
Quando de nossa ruptura com o grupo de Plínio, por poder publicar o livro que escrevêramos, recorremos à imprensa, a entrevistas para revistas de grande publicidade, e à TV, para denunciar Plínio e a TFP com seu culto secreto e suas doutrinas românticas.
Dr. Plínio procurou anular nossas denúncias, publicando um livro em três volumes, Refutação a Uma Investida Frustra, procurando justificar doutrinária e canonicamente o culto a ele prestado na TFP, e que antes ele solenemente negara que existisse.Respondemos a esse livro com artigos na imprensa e por meio de entrevistas.
A TFP ficou desmoralizada e a Sempre Viva, denunciada, como toda seita secreta revelada, teve que entrar “em dormição”.
Ainda em vida de Dr. Plínio, em Setembro de 1995, a TFP publicou um grosso “romance” em três imensos volumes. Luxuosíssimos. Ilustradíssimos. O “romance “Dona Lucilia” foi assinado por Scognamiglio, como se ele tivesse sido o autor da obra. Tudo leva a crer, porém, que esse livro foi ditado e gravado pelo próprio Dr. Plínio. Scognamiglio apenas emprestou seu nome, para esconder o verdadeiro autor, pois ficaria escandaloso um filho escrever tais páginas idílicas sobre sua ‘mamãe”... E esse livro confessava muito do que havíamos denunciado.
O livro era uma hagiografia romanceada daquela que Dr. Plínio declarara ser liberal, no “Quem somos nós”.
Mas claro que não faltaram ao livro Dona Lucília as aprovações eclesiásticas de ilustres moralistas de Espanha. Scognamiglio era hábil na bajulação, e tinha recursos abundantes para convencer eclesiásticos.
Tal obra era um primeiro vazamento oficial de certas doutrinas ocultas da TFP.
APÓS A MORTE DO PROFETA IMORTAL
Novas Fontes
Passaram-se os anos.
Um dia… o imortal morreu.
Foi em 1995.
A inesperada morte do imortal profeta Plínio desmoralizava uma das teses centrais de seu culto: sua imortalidade. E, como era de esperar, com sua morte, veio a decepção de muitos.
Pois o que ele, como profeta, não previra, aconteceu: foi enterrado.
Scognamiglio preparou-lhe um enterro triunfal. Com banda e bumbo. Literalmente: com bumbo e banda.
Pois Plínio ia ressuscitar.Tinha que ressuscitar.
Pois como PCO dizia ser “o Inocente”, o homem que, como Adão, antes do pecado, possuía por excelência a ‘Inocência Primeva”, PCO acreditava que não ia morrer, visto que a morte fora conseqüência da perda da inocência original.
No simpósio “Quem somos nós”, Plínio garantira a seus fanatizados:
“Crescendo a Igreja sempre em fidelidade, a dos últimos fiéis seria tão grande que eles seriam dispensados da morte .(...)“Se isto é verdade, ao cabo desse crescimento no Reino de Maria, pode-se imaginar a fidelidade dos últimos fiéis, que serão dispensados da morte pelo extremo de sua fidelidade, e assistirão vivos ao Juízo Final”(Cfr. Apêndice I, no final deste livro, Plínio Corrêa de Oliveira, Quem Somos Nós).
Por isso, Scognamiglio difundiu na TFP a crença pliniana de que PCO, o profeta, era imortal.
O próprio Dr. Plínio, certa feita, embora tendo sido já desenganado pelos médicos por ter câncer disseminado por todo o corpo, publicamente admitiu veladamente sua imortalidade ao dizer:
“Dizem por aí que eu não vou morrer. Eu não estou tão convencido disso. Mas, se eu morrer , o que é que vai acontecer? Tudo, mas tudo, vai girar em torno de um só ponto: manter a coesão do Grupo (..) De resto, não se preocupem. Nossa Senhora resolve” (Plínio Corrêa de Oliveira, Despacho em 9 de Fevereiro de 1995, ou em 5 de Junho de 1995, Jour le Jour de 15 de Outubro de 1995).
Veja-se o que contava Plínio sobre seu futuro, tal como foi contado por um ex auxiliar direto de João Scognamiglio, num forum de ex tefepistas na internet:
“O próprio [Dr.Plínio] havia dito, numa reunião, que ele faria milagres e que até nós mesmos faríamos milagres portentosos em seu nome durante a Bagarre, para provar ante às pessoas quem éramos e convertermos essas pessoas.
“A seu primo, Fábio VXS [Fábio Vidigal Xavier da Silveira], que estava presente nessa reunião, e surpreso, o DP [ Doutor Plínio] lhe disse: sim, meu Fabinho, você mesmo fará milagres em meu nome, como o de ressuscitar mortos na rua”! E na mesma reunião (Pará) afirmava: se algum dia (durante a Bagarre) lhes disserem que morri, mesmo que vejam a foto nos jornais, NÃO creiam nisso, farão isso para enganá-los. E se virem um morto no caixão, não serei eu, será um sósia. Não acreditem neles. Não morrerei sem fundar el RM [Reino de Maria]” Extrato da carta de J. L. T. a João Luiz Vidigal – 23/10/2009, http://extfp.mforos.com/1791911/9074334-para-joao-luiz-vidigal/)
Delírio completo.
Morreu. E sem fundar ao tal Reino de Maria.
Esperavam, pois, os fanáticos adeptos plinianos, dirigidos por Scognamiglio, que PCO ia ressuscitar imediatamente depois de seu enterro.Foram esperar no cemitério, no dia seguinte do enterro, logo de manhãzinha, a ressurreição prometida.
Não ressuscitou. Esperou-se sua ressurreição, ao terceiro dia.
Tertia die. Não aconteceu. PCO continuou defunto. Como o velho Malbrought, “il était mort et enterré”.
Anunciou Scognamiglio — que ainda não era Monsenhor — que PCO ia ressuscitar, logo mais. Em seis meses. Não reapareceu.
A ressurreição de PCO foi adiada.Houve vários adiamentos. Sucessivos, e imprevistos.
A última data que se soube ter sido anunciada por Scognamiglio foi em 2007.Nada.
Começou-se a dizer que PCO estava “ausente”…Só fisicamente ausente.Mas sempre presente.
Afinal, ele era o inocente.Imortal ausente.
Mas sempre agente. [Uma última noticia comprovante da atuação do “Ausente” — termo com que os sebastianistas lusitanos designavam o Rei Dom Sebastião, enquanto esperavam o seu Grand Retour para estabelecer o Quinto Império —, nós a tivemos recentemente e foi a de que o “Ausente”, mas sempre presente, PCO, fez com que um velho revisor dos artigos de PCO, tão incapaz como nós de digitar corretamente um texto no computador, escrevesse rapidamente — sem erros de digitação — e numa redação ótima, um artigo que estava difícil de ser gestado. E afirmou esse corretor de textos de Dr. Plínio, que isso era o sinal da “presença” do “Ausente” que causara aquele “milagre” de psico-digitação, ou de psicografia eletrônica. Vinda do além, como diziam os espíritas seguidores de Chico Xavier].
Dr. Plínio não teria morrido.Está apenas ausente.
“Passando um período fora”, dizia eufemisticamente Scognamiglio.Onde?Talvez num universo paralelo e idealisticamente superior que Plínio denominava de Trans-esfera...
E que era essa Trans–Esfera da qual Dona Lucília teria sido a mãe? Pelo menos era o que rezava na ladainha de Dona Lucília, ladaínha tão reveladora...
Veremos o que era a Trans-Esfera pliniana ao estudarmos logo mais adiante, o livro Inocência Primeva. Lá se explica que essa Trans – Esfera seria um mundo imaginário, idealizado, onde não haveria matéria, e que servira de modelo para o Deus criador fazer este mundo material “sofrível” em que vivemos, o qual seria uma caricatura inferior do mundo ideal.
Exatamente como dizia a Gnose.
Com a morte do “Profeta” imortal, a TFP entrou em crise. Pois Plínio dera toda influência e todo o poder ao “João, de olhos redondos e andaluzes”. Mas, em seu testamento deu o poder aos seus discípulos mais antigos, os que ele chamara de “Provectos”. Os quais, reservadamente, ele desancava como sabugos.
Começou o duelo pela liderança tefepêica: o duelo entre os “olhos andaluzes’ versus o testamento jurídico.Resultado, deu-se a cisão entre o grupo liderado por Scognamiglio, de um lado, e os mais velhos membros da Sempre Viva, os denominados Provectos, de outro.
A cisão foi dramática. Scognamiglio rebelou-se contra a Direção da TFP (Os chamados Provectos da TFP) e da Sempre Viva, e cindiu a seita. Surpreendentemente, a Justiça deu a ele a sigla da TFP, o seu leão de barriga cavada e língua bífida bem comprida, e especialmente suas muitas propriedades. Scognamiglio ficou riquíssimo. Levou consigo uns 80% da TFP. Assim surgiram os Arautos, que logo aderiram à Missa Nova e ao Vaticano II, sendo reconhecidos depois pelo Vaticano como Instituto Pontifício. Com a condição de não mais falarem de Plínio, de Dona Lucília e da TFP.
Scognamiglio aceitou.
Os retratos de Plínio e de Dona Lucília sumiram do peito dos Arautos, que juravam, a quem lhes perguntasse, nem saber o que era a TFP.
Os Arautos do Evangelho de Scognamiglio diziam, nos páteos, ruas e praças que não conheciam o que era a TFP. e nem quem fora o tal Plínio.Os galos cantavam por toda a parte.
Mas os Arautos fingiam que não entendiam o canto do galo. Eles só conheciam o úivo da raposa.
Para os íntimos , João Clá prometia passar a rasteira nos Cardeais. Começara a Operação Judit...
Logo também surgiram as cladetes, fanáticas do ‘padrinho’, o sr. João.Um santaço!
Scognamiglio publicou uma sua biografia na qual, ágil e sem qualquer escrúpulo, saltava desembaraçadamente quarenta anos de sua vida: desde 1956 a 1996. Exatamente os anos em que vivera na TFP, como difusor do culto fanático de PCO e da mãe dele.
João Scognamiglio Clá Dias, -- que ainda não era nem Padre, e nem Monsenhor, nem Doutor, era só Scognamiglio --, fez publicar, desde Abril de 1998, uma luxuosa revista mensal, com um nome esdrúxulo para uma revista: “Dr. Plínio”. E, para esconder como podia sua responsabilidadae pessoal, fez isso através de alguns de seus colaboradores e amigos, não oficialmente pertencentes ao Instituto dos Arautos. Assim nasceu a luxuosa revista intitulada “Dr. Plínio”.
Também a Editora dessa revista tinha um nome estranho e revelador: Editora Retornarei, já que Scognamiglio e seus Arautos esperavam, como esperam até hoje, o retorno de Dr. Plínio, a qualquer momento, advindo de além túmulo. Para vir de lá não é preciso passaporte. Basta ser dotado de Inocência Primeva.Nessa revista, da qual temos a grande maioria dos exemplares, o agora Monsenhor Scognamiglio, confiante nos apoios eclesiásticos que misteriosa e estranhamente conseguiu, ousou publicar muitos textos do secretíssimo MNF de PCO, fazendo vazar as doutrinas mais descabeladas do profeta de Higienópolis. Uma fonte riquissima das heresias de Dr. Plínio, da TFP e dos Arautos do Evangelho.
Fomos colecionando essa revista há doze anos... Com fotos dos Arautos em suas páginas. E lá há coisas...“Meninos eu li”...
E anotamos tudo, tudinho.
A ala rival de Scognamiglio, na TFP — a dos Provectos —, para não ficar atrás, por meio do eremita Leo Daniele (o escravo Plínio Tobias da Sempre Viva), publicou alguns livrinhos com “Excertos do pensamento de Plínio Corrêa de Oliveira”, nos quais se divulgaram curtos textos do MNF. De pensamento, nada havia nesses livrecos, e sim apenas imaginações e sonhos delirantes. Mas bem significativos...
Incríveis.Eles formaram a Coleção “Canticum Novum”.Eis alguns dos livros editados:
1. O Universo é uma Catedral, Excertos do pensamento de Plínio Corrêa de Oliveira, recolhidos por Leo Daniele. Edições Brasil de Amanhã, São Paulo, 1997.
2. A Cavalaria Não Morre, Excertos do pensamento de Plínio Corrêa de Oliveira, recolhidos por Leo Daniele. Edições Brasil de Amanhã, São Paulo 1.978.
3. À procura de Almas com Alma. Tipos humanos – A Música das Personalidades.
Temos também esses livrecos, encantadores...
Em 2008, por ocasião do centenário do nascimento de Dr.Plínio, o Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, sob direção dos Provectos, publicou um livro com algumas das doutrinas mais recônditas do “profeta”, tais como foram expostas por ele e registradas, nas reuniões do MNF, livro intitulado A Inocência Primeva e a Comtemplação Sacral do Universo, reproduzindo “fielmente” o pensamento do pseudo Profeta de Higienópolis, como fazem questão de dizer seus apresentadores — o pensamento “discreto” do fundador da TFP.
Conseguimos comprar esse livro, que é ... uma bomba.
Em boa hora veio à luz essa obra, que deixa clara a doutrina romântica e gnóstica que seu autor expunha em conversas com seus adeptos — en petit comité — da TFP e da seita secreta A Sempre Viva.Claro que esse livro, contendo as gravações das reuniões —das conversas de Dr. Plínio no MNF [ há 43.000 paginas datilografadas do MNF], — não conta tudo: conta só “as primícias” do “pensamento” pliniano...
E se pelo dedo se conhece o gigante...
“Não é nossa pretensão expor exaustivamente tais temas, mas oferecer ao público uma primícia deles”, confessa singelamente Paulo Corrêa de Brito Filho, na apresentação que faz desse livro “Ao Leitor”, na página 12, dessa obra .
Portanto, as conversas “discretas” de Dr. Plínio foram certamente “lapidadas”, maquiadas, isto é, censuradas, para serem apresentadas ao público de modo palatável, escoimadas das afirmações por demais “estranhas”. Mas, boa parte do que foi censurado pode ser encontrado no que a imprudente segurança do agora Monsenhor João Scoganamiglio Clá Dias, discípulo preferido de PCO, e dinamitador da TFP, publicou, quer no livro Dona Lucília, quer na revista “Dr. Plínio”, quer ainda no Jour-le-jour do Profeta contado por Scognamiglio ns reuniões do Paesto Sum in illo tempore. Tudo isso, e mais as centenas de depoimentos assinados, que possuímos de testemunhas de ex tefepistas, são suficientes para comprovar como era heterodoxa a doutrina de Plínio. Mais ainda. Monsenhor Scognamiglio nos forneceu uma nova preciosa fonte de confirmação das doutrinas gnósticas de PCO. Não querendo ficar atrás dos Provectos da TFP, ele também publicou um livro comemorativo do centenário de nascimento de Dr. Plínio. Editou uma obra em três volumes: Notas Autobiográficas de Plínio
Corrêa de Oliveira, pela Editora Retornarei. La bien nomée...
Delas, por enquanto, saiu só o primeiro volume, no qual Plínio conta a sua vida desde os seis meses de idade até os dez anos de vida.
Esse livro é um romance surrealista. Posto a “voar” à luz do dia pela editora Retornarei. E qual morcego ao meio dia, saiu a lume o primeiro volume das Notas Autobiográficas de Plínio Corrêa de Oliveira, luxuoso livro de 686 páginas, nas quais PCO conta fatos reais e imaginários de seus dez primeiros anos de idade.
Um desvario só.
Esse romance realmente surrealista contém o que PCO ditara sobre sua vida. Scognamiglio que nada entende de doutrina, publicou os fatos da vida de Plínio com abundante “molho” de textos doutrinais ditados por PCO, mas esparramados, sem qualquer ordem lógica, sobre a “macarronada” dos fatos narrados. Os fatos são incríveis e os comentarios doutrinários são delirantes.A doutrina exposta –sem ter sido entendida -- no livro editado pelo Monsenhor chefe dos Arautos é uma delícia para um pesquisador de heresias. É como caçar cobras em viveiro do Instituto Butantã.
Se os Provectos da TFP publicaram uma bomba doutrinária, expondo a Gnose do profeta de Higienópolis, Monsenhor Scognamiglio, muito pouco doutrinário, e ralo entendedor de qualquer coisa, publicou os fatos que ilustram a doutrina de PCO: os delírios imaginativamente “metafísicos” do Profeta de Higienópolis. Ele pensou que publicava um livro retumbante.Vai ser literalmente re-tumbante. Pois vai enterrar de novo Dr. Plínio. E, desta vez, em tumba doutrinal e sem consolação. Sem consolamentum.
Baseados em todas essas publicações insuspeitas é que pudemos conhecer, bem melhor, hoje, algumas das doutrinas secretas de Dr. Plínio expostas no MNF e na seita secreta a Sempre Viva. Portanto, hoje é bem possível expor, com coerência e documentadamente, a doutrina romântica e gnóstica do profeta de Higienópolis e de Monsenhor Scognamiglio. Gnose seguida particularmente pelos membros da seita secreta A Sempre Viva, encapsulada na TFP e também nos Arautos do Evangelho, e da qual Monsenhor Scognamiglio é, hoje, o doutorado Grão Mestre.
Quem diria Scognamiglio Doutor!
Por isso, hoje sim, damos graças a Deus por poder publicar, fundamentados em fontes da própria TFP e dos Arautos do Evangelho, a doutrina secreta gnóstica de Plínio Corrêa de Oliveira.E que Deus seja louvado porque Ele confirmou que “Nada há de oculto que não venha a ser revelado”(S. Lucas, VIII, 17).
Deixamos claro que durante os trinta anos em que freqüentamos o grupo do mensário Catolicismo, do qual nasceu a TFP, jamais tivemos acesso às doutrinas “discretas” - na verdade, secretas, que lá se denominavam “parâmicas” - que Dr. Plínio Corrêa de Oliveira ministrava só para certos círculos de seus adeptos. Jamais gozamos da confiança dele, graças a Deus, o que impediu que, em trinta anos, fôssemos alguma vez convidados a participar das reuniões do círculo, praticamente secreto, do chamado MNF. Como o atual Monsenhor - e Doutor! - João Scognamiglio Clá Dias bem expressou, “o Professor Fedeli era o anti Plínio”. Graças a Deus. O que ele via em Plínio, não havia em nós. E vice versa.
Graças a Deus. Que era o MNF?
A sigla MNF significava “Manifesto”, primeira pessoa do indicativo presente do verbo “manifestar”, porque era nessas reuniões que PCO (iniciais do nome de Dr. Plínio, que usaremos para economia de tempo e de espaço, e não por desprezo) manifestava o que era, isto é, o que ele imaginava que era. E até agora, poucos imaginam o que ele era.
Para os não iniciados nos grupos secretos de PCO, dizia-se que no MNF estava se preparando o grande “Manifesto” (substantivo) doutrinário que PCO lançaria, um dia, contra a Revolução, e contra as forças secretas que a dirigiam…
“Porque a RCR (que não é senão a espinha dorsal de um corpo que tem cabeça, membros e costelas, que é o MNF) e sobretudo no MNF, se dá o fato de que toda natureza, todo significado, todo o alcance, todos os métodos da luta ficam postos muito mais claros” (Plínio Corrêa de Oliveira, Simpósio, Quem somos nós, n0 4, p. 65. ORIGINAL DO site salvemaria. http://salvemaria.info/images/fbfiles/files/QSN.doc).
O secretário do MNF - Átila Sinke Guimarães -, escreveu frases que demonstram claramente o grau de fanatismo, verdadeiramente inacreditável, que reinava no MNF, e, depois, na TFP, e agora entre os Arautos Evangelho, assim como entre os membros da sociedade secreta A Sempre Viva. Ei-las:
“O grande Moisés, com sua sarça ardente no alto do Sinai, não me faz inveja. Pois se ele ali se relacionou com Deus durante quarenta dias, eu me relacionei com Dr. Plínio há trinta e três anos. E, em tais relações, vejo talvez mais a presença divina do que ele ante o sagrado arbusto. E guardo a esperança de ainda vencer o Profeta nesta tertúlia, quando eu passar do atual degredo para a Pátria”. (Átila Sinke Guimarães, secretário do MNF, in O Ultimato – A Defesa, 1998, p. 28).
Essas palavras de Átila Sinke Guimarães patenteiam o orgulho fanático dos sequazes de Plínio. A sarça ardente é figura da Encarnação do Verbo, da presença da luz de Deus no seio de Nossa Senhora. É figura da união hipostática: o Verbo de Deus encarnado em Jesus Cristo. É figura da Igreja, humanamente fraca como a sarça, que se consome ardente de amor a Deus, na História, enquanto Deus fala por meio dela.Para os fanáticos da TFP e dos Arautos, Deus estaria mais presente em Plínio que na sarça ardente. Portanto, Deus estaria mais presente em Plínio do que em Cristo, Deus e homem; do que me Maria Santíssima; do que na Igreja. Em Plínio, haveria uma presença de Deus única.
E Átila, diante de Plínio seria mais do que Moisés diante da sarça ardente.
Moisés, diante da sarça ardente, confessa : “Quem sou eu?”
Enquanto que da sarça ardente Deus lhe responde: “Eu sou”.
E acrescenta: “Eu sou aquele que sou”. “Eu serei contigo”.
O Ser necessário estaria com o ser contingente. Porque Moisés, diante da sarça, tirou as sandálias e tapou o rosto, pois não ousava olhar Deus na sarça. A humildade alcança a união mística com a misericórdia Onipotente.
Comparar a presença de Deus, na sarça ardente, com a suposta presença divina em Plínio Corrêa de Oliveira, e dizer que se acreditava ser mais agraciado do que Moisés, por ver Dr. Plínio, no qual brilharia mais a presença divina do que na sarça ardente, mostra o grau de delírio a que se chegou nos círculos mais internos da TFP, e depois nos Arautos, cultuando o pseudo-profeta de Higienópolis quase como Deus.
Deus estaria presente em Plínio de um modo único. Haveria como que uma identificação de Plínio com Deus. Pois, se Christianus alter Christus, e se ninguém era tido mais idêntico a Cristo do que Plínio, então em ninguém, nem em Moisés, nem na sarça ardente, Deus estaria mais presente do que em Plínio.
Plinius alter Christus.
No encontro de Moisés com Deus que lhe fala desde a sarça ardente, se contempla a humildade diante da Misericórdia onipotente. A criatura humildemente prostada diante do Criador onipotente. Culto santo.
Lendo as palavras de Átila, descrevendo a ele mesmo diante de Plínio, se vê a pretensão tresloucada diante da soberba desvairada. Culto de um idólatra diante de um ídolo.
Pior ainda: Plínio vai dizer que Cristo era seu arqui alter ego.
Se não tivéssemos um documento publicado pelo próprio Mons. Scognamiglio, dizendo isso, julgar-se-ia que teríamos inventado tal texto:
“Era como se existisse um meu “arqui-alter ego” [arqui outro eu mesmo], atraentíssimo, porque imensa e infinitamente distante, mas ”inviscerado’ dentro de mim e “brincando” com minha alma como um homem brinca com uma pedra preciosa” (Plínio Corrêa de Oliveira, Notas Autobiográficas, Edit. Retornarei, São Paulo, 2008, 10 Vol., p. 220. Destaques do original).
E esse arqui alter ego de Plínio seria o próprio Jesus Cristo, como Plínio explicitará nesse livro, ora publicado pelos Provectos da TFP. E no livro publicado por Monsenhor Scognamiglio se lê a seguinte meditação de Plínio sobre si mesmo, aos dois a três anos de idade:
“Eu tinha a impressão de que esse alter ego se comprazia em intensificar em minha alma ora tal atitude, ora tal outra. Ao mesmo tempo, ele me deixava contemplar essa atitude e parecia dizer-me: “Vê como isso é lindo! E tu, meu filho, como és pulcro, perfumado, irisado e magnífico, em tua alma! Que esplendor há em ti! Também que alegrias inefáveis tu sentes! Que bem-estar superior a qualquer satisfação da terra, sem nenhuma comparação! (Plínio Corrêa de Oliveira, Notas Autobiográficas, edit. Retornarei, São Paulo, 2008, I vol. p. 220).
Portanto, Christus alter Plinius.
Nesse primeiro volume das Notas Autobiográficas de Plínio, no qual se contam os anos infantis da vida dele, acham-se textos incríveis. E damos graças a Deus pela imprudência de Monsenhor Scognamiglio, que se sentiu seguríssimo, não temendo publicar textos que ninguém acreditaria serem autênticos. Se os tivéssemos de outra fonte, dificilmente se nos creria.
Foi Monsenhor Doutor Scognamiglio que publicou isso, e adquirimos o livro na livraria dos Arautos do Evangelho em São Paulo!
Julguem os leitores pelo que publicou Monsenhor Scognamiglio das palavras até agora secretas de Plínio Corrêa de Oliveira, contando o que ele dizia que pensava de si mesmo aos três anos de idade.
E que Padre Royo Marin aprovou.
Claro que, já quando estávamos na TFP, nos chegavam alguns rumores do que se tratava no MNF: chegavam – nos palavras soltas, alusões, uma terminologia esdrúxula, siglas, termos esotericamente misteriosos...
Porém, foi só depois de romper com PCO, que tivemos acesso a alguns documentos, nos quais o discípulo predileto de PCO, João Scognamiglio Clá Dias (hoje, Cônego de Santa Maria Maior, em Roma, e Doutor pelo Angelicum), explicava e publicava aquilo que na TFP se chamava o “Jour le Jour”, que era a transcrição das fitas de áudio incessantemente gravadas, durante todo o tempo em que PCO estava acordado, acrescentada das explicações necessárias para o entendimento dos jovens sobre algumas circunstâncias.
Quereríamos então conhecer na íntegra os documentos do MNF, que eram guardados a sete chaves, pelo outro discípulo predileto de PCO, Átila Sinke Guimarães, pessoa que falsificou textos de nossas cartas a PCO, e que, a própria TFP admite que Átila tinha o costume de falsificar e deturpar as citações que fazia, sendo por isso qualificado de “intelectualmente desonesto”. (Cfr Declaração de Nelson Fragelli, publicada pelo próprio Átila Sinke Guimarães, no documento O Ultimato / A Defesa, 1998, p. 257].
Era praticamente impossível ter acesso aos documentos nos quais PCO revelava suas doutrinas secretas, expostas quer nas reuniões do MNF, quer nas reuniões da seita secreta da TFP, A Sempre Viva.
Mas, como está dito no Evangelho, “Não há nada de oculto que não venha a ser revelado” (São Lucas, VIII, 17)… E no livro de Jó se pode ler que “Deus revela o que está oculto nas trevas” (Jo, XII, 22).
Dizíamos que quereríamos ver os documentos originais, porque a TFP tinha uma doutrina esotérica – só para os iniciados— e outra exotérica, para ser publicada para os... ingênuos.
Com efeito, que havia duas doutrinas na TFP, ela o confessava num documento que nos chegou às mãos, no qual, tratando do problema da Missa Nova, do Vaticano II, e do sede-vacantismo, se afirma que uma é a doutrina da TFP ad intra e outra a que pode ser exposta ad extra.
Nesse documento, datado do final dos anos noventa, a TFP pretendia contestar uma Compilação de textos de Dr. Plínio, feita para justificar a adesão de Scognamiglio à Missa nova e ao Vaticano II, e nele se lia o seguinte:
“Para interpretar devidamente o que os textos da Compilação dizem, é preciso distinguir aqueles que são destinados ao uso interno do Grupo (que refletem o que nosso Pai [Plínio Corrêa de Oliveira] achava em seu foro íntimo – coisa de que podemos dar testemunho todos os que tivemos a graça de com ele privar), daqueles textos destinados ao uso externo, ou seja, as explicações a serem dadas a terceiros por razões estratégicas.
“A razão dessa distinção reside no fato de que, nessas explicações, o Senhor Doutor Plínio sugere, obviamente, dizer a verdade, mas recomenda não dizer toda a verdade do que nós pensamos a respeito da Missa Nova” (Documento dos Provectos da TFP a João Scognamiglio sobre a ilicitude de se aceitar a Missa Nova de Paulo VI, Documento V, de 19 de Março de 1996, p. 64).
Portanto, a TFP confessa que tinha uma doutrina interna que não convinha revelar aos de fora da seita.
Exemplos: o problema da Missa Nova e a legitimidade ou não dos Papas conciliares e pós conciliares...
O sedevacantismo? ...
Nesse mesmo documento V dos Provectos, pode-se ler o seguinte:
“Há, sim, uma matéria que é efetivamente opinável entre nós, porque nosso Pai e Fundador nunca quis tomar posição a respeito dela: até que ponto os membros da Hierarquia que adotaram os erros do Concílio e favoreceram o processo de auto demolição da Igreja estão unidos a Ela; e muito particularmente, o cruciante problema de saber se Papas pós conciliares teriam perdido o pontificado por terem eventualmente incorrido em heresia e estas terem se tornado públicas e notórias” (Documento dos Provectos da TFP a João Scognamiglio sobre a ilicitude de se aceitar a Missa Nova de Paulo VI, Documento V, de 19 de Março de 1996, p. 63).
Portanto, o tema do sede vacantismo era livre na TFP...
E, enquanto estivemos lá, nunca nos contaram que se debateu isso.
Um segundo documento interessante, já citado em epígrafe, sobre a dupla linguagem da TFP, assim como a confissão de que havia nela uma sociedade secreta, se tem num depoimento publicado num fórum de ex tefepistas argentinos. Nesse fórum, um extefepista que fora muito ligado a João Scognamiglio e seu auxiliar, J. L. de T., conta como o atual Monsenhor Scognamiglio, líder dos Arautos do Evangelho, defendia a formação de grupos secretos, e o uso de linguagem dupla até nas reuniões da TFP:
“- Formação da Claque (’77)
“JC [O atual Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias], baseado no princípio dos círculos concêntricos dado por Dom Chautard em seu magnífico livro “A alma de todo apostolado”, congrega um grupo de ‘fervorosos’, ou como muito bem você classificou em um de seus post, um grupo de ‘ditadores do bom espírito’. João Clá notificou essa iniciativa a Zayas, a Kallás, ao Dr. Duca, aos irmãos Joao Carlos e Celso Luis, e a mim, de que éramos os quidams [ dirigentes] dos grupos dos que tinham sido selecionados os integrantes do grupinho.
Alguém fez alguma observação sobre essa questão, e JC [Scognamiglio] respondeu:ol SDP [Senhor Doutor Plínio] está sabendo disso. Ele aprova. A ‘bucha’ [ A Burschenschaft, sociedade secreta brasileira fundada por Júlio Frank] usa esse método desde os tempos de Moisés (ainda que nessa época não se chamasse bucha). Ela o usou contra Nosso Senhor, ou os senhores pensam que aqueles judeus fariseus que acusavam Nosso Senhor diante de Pilatos nao faziam parte de um grupo organizado? O mesmo se fez na Revolução Francesa, e daí para foóra. Se a revolução usa, porque nós não? Sejamos astutos como a serpente…”
O grupinho foi assim oficializado. E começou a atuar. JC [Scognamiglio] deu no PS [Praesto Sum, êremo da TFP] uma reunião — tipo treinamento — para mostrar aos entrosados como se podia fazer uma leitura dupla do que se dizia numa reunião qualquer e como se podia passar uma prancha num plenário alheio do grupinho. Esclarecendo desse modo, inclusive para os não entrosados, certas coisas. Que ele por falta de tempo, algumas vezes devería passar as ‘pranchas’ assim, em plenário. (http://extfp.mforos.com/1791911/9074334-para-joao-luiz-vidigal/
Palavras de J. L. T. dirigidas a João Luiz Vidigal (carteio via e-mail – fórum de discussões).
Assim era oficializada a duplicidade de doutrina e de linguagem na TFP, assim como a formação de grupos secretos, pelo atual Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias.
Da mesma forma, os textos agora publicados pelos “Provectos da TFP”, através do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, evidentemente foram censurados, para que as elucubrações mais delirantes de PCO escandalizassem menos. Mas, pelo que se lê no livro agora publicado, adivinha-se o que está por baixo da ponta revelada do iceberg. O iceberg se derreterá, revelando a Gnose submersa no mar do esoterismo tefepista.
Por isso, agora que tivemos acesso a tais documentos, apressamo-nos a publicar nossa crítica, e nossa denúncia, às exóticas doutrinas da “filosofia” e da “teologia” “tomista-tropicalista” de PCO, da TFP e dos Arautos do Evangelho.
“Filosofia” delirantemente imaginativa, feita de sonhos e de “impressões”, nunca de raciocínios.
Plínio enfaticamente se proclamava tomista. Ele era, quando muito, um imaginativo escolático-romântico- tropicalista.
“Não era ele um filósofo abstrato”, como o definiu a Revista Dr. Plínio na apresentação do artigo “Solidões em bonde”. (Plínio Corrêa de Oliveira, artigo “Solidões em bonde...”inRevista Dr. Plínio, Ano VII, Fevereiro de 2004, N0 71, p. 14).
Por sua vez, Scognamiglio, ao se doutorar no Angelicum, modestamente ousou se apresentar como senhor de uma “firmeza única” em São Tomás (Cfr. Palavras de Monsenhor Doutor João Scognamiglio Clá Dias,no artigo “O Fundador dos Arautos Doutor em Direito Canonico” in revista Arautos do Evangelho, Janeiro de 2009, p. 27).
Começaremos, então, pela análise do livro sobre a Inocência Primeva e a Contemplação Sacral do Universo, que completaremos com outros textos de Plínio Corrêa de Oliveira, publicados na revista Dr. Plínio, no “Jour le Jour”, isto é, no diário de Dr. Plínio, que era reproduzido por João Scognamiglio para difundir o culto a Dr. Plínio entre os fanáticos tefepistas, assim como com as Notas Autobiográficas de Plínio Corrêa de Oliveira e com textos do romance Dona Lucília, publicado com a assinatura de João Scognamiglio Clá Dias, quando ainda nem era Padre., mas cujo verdadeiro autor é quase certo ter sido o próprio Plínio Corrêa de Oliveira, contando a vida de sua mãe e o que ele imaginava sobre ela.Depois...Depois...
Depois, veremos mais.
Veremos o que Deus permitir.
No Brasil, a ex TFP está completamente moribunda, vítima de doença doutrinária terminal. Na Europa, ainda há alguns ingênuos teimosos que fazem força para se manterem na “firmeza única” de sua ingenuidade, e que insistem em defender Dr. Plínio e a sua TFP pública, a pretexto de tê-la realmente conhecido… citando suas publicações oficiais ad extra......Talvez, alguns, sem conhecer suas doutrinas... ad intra.
Ingênuos autores — que tentamos esclarecer várias vezes, porque eram nossos amigos — fizeram biografias fantasiosas de Dr. Plínio, como a publicada infelizmente por um velho amigo nosso, o Profesor Roberto de Mattei (Il Crociato del Secolo XX, Plínio Corrêa de Oliveira, Ed Piemme, Casale Monferrato, 1996), que provavelmene desconhece ainda hoje, quase tudo da doutrina oculta da TFP.
Obras incrivelmente idílicas e românticas, que pretendem ser históricas, e mais parecem romances para mocinhas ingênuas. Nessas obras, os dados históricos são equivalentes aos que se utilizariam na biografia de um político, usando como fontes seus discursos em comício, e os decretos ou leis que fez aprovar, publicados no Diário Oficial. Nesse sentido, há obras e artigos sobre PCO que mais parecem folders de propaganda do que trabalhos feitos com seriedade, pois nada dizem do que ficou conhecido sobre o culto delirante de Doutor Plínio e da mãe dele, na TFP, e entre os Arautos, e nada sabem sobre a doutrina “metafísico-imaginativa” do Profeta de Higienópolis. Antes, negam --ou nem tratam -- que tivesse existido um culto a Dr. Plínio, mesmo depois que Plínio reconheceu a existência desse culto e tentou até justificá-lo, editando vários volumes contra nossas acusações (Cfr. Refutação da TFP a uma Investida Frustra, livro assinado pelos Srs. Átila Sinke Guimarães, Gustavo António Solimeo, Antonio Augusto Borelli Machado e João Scognamiglio Clá Dias).
Aliás, recomendamos vivamente a leitura desse livro que, pretendendo nos refutar, confirmou tudo o que acusávamos, ao procurar legitimar o culto delirante que se prestava secretamente a Dr. Plínio e a Dona Luíilia na TFP, e que antes fora negado até com juramentos...
O que “não acontecera” passou a ser canônica e teologicamente justificado.
Logo, acontecera.
Os biógrafos de PCO contentam-se em redigir descrições romanticamente idealizadas, ou fatos notórios e públicos, sem jamais citar as doutrinas ocultas ensinadas ad intra, por trás dos bastidores da ex TFP. Esperamos em Deus que, com esta nossa publicação, Deus faça esses paladinos de PCO, reverem seu julgamento sobre ele.
Entre os Arautos do Evangelho, o agora Monsenhor Scognamiglio continuou a difundir, no que continua vivo e secreto da seita A Sempre Viva, as doutrinas românticamente descabeladas do MNF.
É, pois, também para abrir os olhos de muitos iludidos ad extra pelos Arautos que publicamos nossas análise e denúncia, revelando a Gnose romântica que embebeu a TFP e ainda embebe — “discretamente”, para o Vaticano não ficar sabendo —, os atuais Arautos do Evangelho, ou Arautos da Sempre Viva.
Tão discretamente que Monsenhor Scogamiglio ganhou recentemente até uma rica condecoração vaticana.
E até o título de Doutor pelo Angelicum! Ele que nos seus sermões diz que o homem tem cinco e até sete naturezas, inclusive natureza angélica e divina!!!
Com louvores de sua Eminência o Cardeal Law. Mas não há nada de oculto que não venha a ser revelado.
Deus o disse.
Direi o que sei.
Na hora oportuna...
Por fim, nosso livro serve também para desmentir – se ainda preciso fosse — aqueles que acusam a Montfort de ser uma TFP disfarçada, esquecendo que praticamente tudo o que se soube dos cultos e doutrinas secretas da TFP tornaram-se sabidos por nossas denúncias e descobertas. Queira Deus que este nosso livro seja o golpe final no desmascaramento da seita gnóstico- romântica da TFP e dos Arautos do Evangelho.
Assim Deus nos ajude a servir a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, livrando-a dessa seita infiltrada, com Scognamiglio, até no Vaticano
São Paulo, no mais que chuvoso janeiro de 2010, e depois do terremoto do Haiti.
Orlando Fedeli
Para citar este texto:
"No país das maravilhas: a Gnose burlesca da TFP e dos Arautos do Evangelho (Parte 1/8)"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/religiao/pco-i/
Online, 21/11/2024 às 08:59:00h